Nesta semana embarcando em um voo Sinop-Cuiabá, uma criança de 06 anos que vou identificar como mestre Gui, sentadinha na fileira ao lado da minha, começou a chorar baixinho antes de o avião levantar voo. Imediatamente fui sentar ao lado dele, perguntei se ele estava com medo e balançou a cabeça que não. Enxugou as lágrimas e disse baixinho que era porque iria ver o pai novamente em julho. Meu coração apertou. Primeira lição: nunca podemos mensurar a dor de cada um, apesar da idade o que ele precisava naquele momento era que alguém verdadeiramente escutasse sua dor, mesmo sem falar. Comecei a conversar com ele e após alguns minutos já estava sorrindo. Criança valente. Me contou da onça que quase o comeu e que o pitbull dele espantou, dos jacarés que ele alimentava de madrugadinha antes do sol raiar, do cavalo que ele um dia iria ter. Lição número dois: alimente os sonhos de alguém com o seu olhar, sua atenção e desejo que aquela pessoa seja feliz. Interagir com outro ser humano com o desejo verdadeiro de que ele seja feliz, independentemente da idade, é um exercício de retorno a SUA criança. Relaxar, falar sobre banhos de rio, correr atrás de lagartos, querer que as nuvens fosse algodão doce, despir a armadura por alguns momentos. Lição número três: quando o piloto anunciou que íamos pousar, ele arregalou os olhos e disse, “nossa, quando a gente tá feliz o tempo passa rápido, quando eu tô triste parece um ano”. Quanta sabedoria. Seis anos. Quando ele disse isso imediatamente pensei, preciso criar mais momentos leves, fazem tão bem. Tenho refletido sobre isso há muito tempo, temos muitos mestres, uns ensinando paciência, confiança, força, fé. Pare por alguns minutos e pense nos seus mestres, é importante encontrar a lição positiva em todos, como disse Luciano de Crescenzo “Somos todos anjos de uma asa só, e só podemos voar quando abraçados uns aos outros.”
Namastê