Ahmad Jarrah
“Pelo amor de Deus! Só há 10% dos médicos sem trabalhar em Cuiabá”, disse o prefeito da capital mato-grossense Mauro Mendes (PSB) na manhã desta quinta-feira (14) após receber o governador Pedro Taques (PSDB) na obras do Novo Pronto Socorro de Cuiabá, no bairro Ribeirão do Lipa. O gestor reiterou que não abrirá o diálogo com o sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) enquanto eles não retomarem os seus postos na saúde pública.
Segundo Mendes apenas parte dos profissionais estão parados e acredita que o movimento seja político. “Ontem fizemos o levantamento e tem apenas 76 médicos sem trabalhar, nós temos 720 médicos ao todo. Esses 10% estão fazendo greve e desrespeitado o judiciário, dando um ‘tapa na cara’ da justiça de Mato Grosso. Um total desrespeito as nossas instituições, a população e ao serviço público. Porque uma pequena minoria e por motivações politicas e por um sindicato dos médicos de Mato Grosso, que só faz greve em Cuiabá”, acusou o prefeito.
Além disso Mendes questionou a razão do Sindimed-MT só fazer greve na capital, sendo que os demais municípios de Mato Grosso também passam por dificuldades na área. “Parece que não se tem problemas em Várzea Grande, ou nos outros 140 municípios. Em nenhum lugar de MT eles ganham o piso salarial nacional, pouquíssimos municípios no Brasil pagam o piso e aqui nitidamente fazem uma greve politica para me prejudicar”, argumentou.
Mais uma vez o prefeito disse que não negociará com os grevistas e que irá cobrar na Justiça cada ‘milímetro’ de punição prevista em lei. “Eu não negocio com grevistas ilegais, em respeito à justiça que decidiu isso. Se eles voltarem a trabalhar nós retomamos as discussões, como sempre fizemos com todas as categorias. Já ouviu falar em greve na prefeitura que durou mais que 4 ou 5 dias? Não! Porque todos os servidores faziam uma greve justa, honesta, quando era declarada ilegal, em respeito ao judiciário, voltavam aos seus trabalhos. Nós vamos aplicar tudo aquilo que a lei determina, nem um milímetro a mais nem a menos. Seremos justos e agindo de acordo com a lei”, prometeu.
Outro Lado
A presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, Eliana Siqueira, rebateu as informações dadas pelo prefeito e explicou que 50% dos profissionais médicos aderiram a greve. “Esse suposto levantamento do prefeito serve, apenas para tentar deslegitimar o movimento grevista. Agora ele não pode mais dizer que sou candidata, ai fica tentado minimizar a força da greve”, disse.
Siqueira também rebateu as outras acusações feitas por Mendes: "Somente em Cuiabá o prefeito não conversa e não negocia! Revertemos 14 demissões em Várzea Gradne e também fizemos manifestações contra Organizações Sociais – e inclusive fui presa pela polícia, por conta de um manifestante ter se exaltado e quebrado a vidraça da Câmara de Vereadores. Em Rondonópolis, intermediarmos o pagamento dos salários atrasados do Hospital Regional e revertemos uma demissão. Em Barra do Bugres, ganhamos ação na justiça contra todos os médicos da cidade. Em Primavera do Leste, evitamos cortes salariais e a entrada de um plano de carreira ruim para os médicos. Em Canarana, evitamos perdas salariais aos médicos de lá. Atuamos na greve dos estudantes da Unemat em Cáceres, representando-os na mesa de conciliação no Tribuna de Justiça. No estado estamos negociando a carreia do médico do estadual. Até agora somente o Prefeito Mauro Mendes que está perseguindo os médicos com demissão injusta de dois médicos e 110 processos administrativo", pontuou a presidente do Sindimed.
