O Santos entrou em campo neste domingo (7) com 2,1% de chances de rebaixamento no Brasileirão. Um empate era praticamente suficiente para espantar o fantasma da degola. Mas o time da Vila Belmiro não quis saber de igualdade e venceu o Cruzeiro por 3 a 0 com muita propriedade. Thaciano marcou duas vezes no primeiro tempo e João Schmidt deixou o dele no segundo.
O resultado é um alívio para o torcedor santista, que mesmo com a notícia da chegada de Neymar no começo do ano, viveu mais uma vez viveu o drama do rebaixamento. Terminada a competição, o time paulista encerra sua participação na 13ª colocação com 47 pontos, e ainda ganhou de ‘consolação’ uma classificação à Copa Sul-Americana. Agora, resta a incerteza sobre a permanência do ‘Príncipe da Vila’.
Apesar da derrota na Vila, os comandados de Leonardo Jardim não têm do que reclamar. Pelo contrário. Fizeram uma temporada bem satisfatória, estando no G-4 em 35 das 38 rodadas do Brasileirão. O Cruzeiro agora volta as atenções para a Copa do Brasil, em que enfrenta o Corinthians pelas semifinais. A partida de ida acontece nesta quarta-feira (10) às 21h30 (horário de Brasília), no Mineirão.
A partida tinha vários candidatos a protagonista. Neymar e Gabigol, evidentemente, tinham largos passos a frente dos outros atletas. Guilherme, pelo que fez em campo, também teve seus méritos. Mas foi Thaciano quem teve seu nome ecoado pelos torcedores na Vila Belmiro depois de ter sido recebido sob vaias pela torcida santista.
Entrando em campo sem saber o que era perder há cinco jogos (agora seis), o Santos precisava só de um empate para se garantir na Série A. Porém, os comandados de Juan Pablo Vojvaoda não queriam saber de igualdade. Eles tomaram as rédeas do primeiro tempo, oferecendo pouquíssimos momentos de perigo ao Cruzeiro.
O lance mais assustador para os visitantes foi quando Gabigol calou a Vila Belmiro ao marcar de cobertura sobre Brazão aos 16 minutos. Porém, o artilheiro recebeu a bola à frente da linha de defesa do Santos e o auxiliar invalidou o lance após linhas traçadas pelo VAR. O camisa 9 quase marcou de novo pouco tempo depois, mostrando-se bastante à vontade no campo o qual foi revelado para o futebol nacional e mundial.
Passados 20 minutos do primeiro tempo, o Cruzeiro começou a gostar mais da partida, apesar de ter bastante problemas com Guilherme pela esquerda. O camisa 11 do Santos teve ótimos momentos pela ponta e quase marcou o dele algumas vezes.
Porém, se a bola de Guilherme não entrou, ele então contribuiu com assistência. Após bela cobrança de escanteio, o atacante achou Thaciano dentro da área que, de cabeça, logo tratou de jogar um balde de água fria nos visitantes e incendiou as arquibancadas.
O primeiro gol saiu aos 25 minutos e não demorou para o segundo vir também: aproximadamente dois minutos depois. Agora pela direita, Igor Vinícius fez uma bela tabela com Neymar. O lateral cruzou rasteiro e Thaciano, novamente, só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes, sem chances para a defesa do Cruzeiro se reorganizar após o primeiro baque.
Aos 38, Léo Aragão quase tomou o terceiro em finalização de Guilherme. O goleiro fez boa defesa na finalização do santista, mas deixou a bola escapar e, em câmera lenta, ela bateu na trave e Jonathan Jesus isolou. “Não vi nada”, explicou o arqueiro a seus companheiros.
Logo depois da volta dos vestiários, o Santos voltou relaxado e o Cruzeiro se aproveitou. Gabigol achou Rayan e o jovem da base celeste driblou Brazão e marcou mais um gol anulado para o Cruzeiro. Novamente por posição irregular.
Pouco a pouco o Santos foi igualando as chances e quase ampliou com Thaciano duas vezes, mas ele foi impedido Léo Aragão em cima da linha, e depois pelo travessão. Depois de muito insistir, o terceiro veio Novamente de escanteio e novamente com assistência de Guilherme, João Schmidt se adiantou à defesa cruzeirense e guardou mais um para o time da casa.
À medida que o fim foi se aproximando, os dois treinadores começaram a fazer alterações, dando chance a jovens atletas, como Gabriel Bontempo e Kaique Kenji para Santos e Cruzeiro, respectivamente. As trocas pouco surtiram efeito e o time celeste até chegou a fazer novamente com Eduardo. Porém, pela terceira vez na partida, o VAR atuou e anulou o gol dos visitantes.
Os minutos se arrastaram até o apito final, com exceção a alguns bons ataques do time da casa. Rodrigo José Pereira de Lima ergueu as mãos ao alto após dois minutos de acréscimos, junto do tão aguardado alívio por parte do torcedor do Santos, que teve uma temporada desastrosa tendo em seu elenco um dos maiores jogadores de todos os tempos a vestir a camisa santista.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 x 0 CRUZEIRO
SANTOS – Gabriel Brazão; Igor Vinícius, Adonis Frías, Zé Ivaldo e Souza; João Schmidt (Gabriel Bontempo), Willian Arão (Rincón) e Neymar; Barreal (Rollheiser), Guilherme (Robinho Jr) e Thaciano (Tiquinho Soares). Técnico: Juan Pablo Vojvoda.
CRUZEIRO – Léo Aragão; Fagner, João Marcelo, Jonathan Jesus e Kauã Prates; Walace (Murilo), Matheus Henrique, Eduardo (Arroyo) e Japa (Ryan Guilherme); Gabigol (Bolasie) e Rayan Lelis (Kaique Kenji).
Técnico: Leonardo Jardim.
GOLS – Thaciano aos 25 e 27 minutos do primeiro tempo; João Schmidt aos 15 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Thaciano e Guilherme (Santos); Gabigol e Rayan Lelis (Cruzeiro).
JUIZ – Rodrigo José Pereira de Lima.
PÚBLICO – 15.068 torcedores
RENDA – R$ 743.978,75.
LOCAL – Vila Belmiro.



