Esta semana fazemos memória do santo dos santos, o santo do qual os outros santos eram devotos, Antonio de Pádua (cidade em que morreu, na Itália) mas também Antonio de Lisboa (cidade em que nasceu, em Portugal), de todos Fernando Bulhões (seu nome de registro) e ‘Tonho’ nas minhas orações particulares. Santo Antonio é de todos um pouco, carrega nossa humanidade, nossos desejos e preocupações. Ao lado de São Francisco de Assis e de São Padre Pio, Santo Antonio completa o trio de santos canonizados mais cultuados do mundo, não existindo limites nem barreiras para seu culto e milagres. Até algumas décadas atrás, Antonio era presença confirmada em 90% das igrejas católicas do mundo, através de sua imagem e, em algumas situações, altares dedicados a ele.
Particularmente vejo em Antonio um dos santos mais humanos e místicos do catolicismo. A meu ver, ele faz parte de um rol pequeno de santos que conseguiram viver na terra a sua humanidade em completa harmonia com sua espiritualidade sem limites. Para ele, falar era a maior graça que possuía em vida; fez de suas pregações verdadeiros eventos sociais por onde passava. Ricos e pobres se reuniam ao redor daquele que falava como fogo, levando todos à reflexão e mudança de vida. Quando não era bem recebido em uma vila para pregar se dirigia aos bosques, aos rios, e ali pregava para a natureza que se manifestava materialmente a dar ouvidos ao pregador, o que levava ao delírio aqueles que a isso assistiam. Santo Antonio morreu jovem, longe de sua terra natal. A terra que fez decompor sua matéria não foi mais forte que a força da palavra de sua língua; na primeira exumação feita em seu corpo sua língua estava intacta, úmida, com saliva. Hoje, a mesma língua que permitia aos outros refletirem em suas vidas anda pelo mundo todo, protegida em um relicário, para mostrar às gentes a força da palavra que vence a morte e muda a humanidade. Antonio viveu essa verdade, nós também podemos viver.
Abençoadas sejam as línguas que espalham a paz. Conquistadas pela luz sejam as nossas. Que aquilo que falamos não sejam palavras banais, mas sejam sim sementes lançadas ao solo da humanidade visando à construção de um mundo sempre melhor. Salve Santo Antonio. Paz e Bem!!!