A Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis (214 km de Cuiabá) negou que tenha agendado a realização do parto da gestante C.A.M., 36, que na noite de terça-feira (14) registrou um boletim de ocorrência na Capital, relatando o roubo do seu filho recém-nascido. A unidade de saúde declarou que não há qualquer registro de atendimento ou consulta em nome da grávida nos últimos nove meses.
Já a Secretaria de Saúde de Rondonópolis disse ao Circuito Mato Grosso que não foi realizado nenhum atendimento em relação à gravidez da paciente. Nos resgistros, há apenas uma consulta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em 14 de outubro de 2016, quando a mulher relatava fortes dores de ouvido. Ao ser atendida, C.A.M. teria dito que estava grávida, mas não há informações sobre o estágio da gravidez.
O caso será investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
O delegado titular da GCCO, Flávio Stringueta, informou que é cedo para dar detalhes sobre o caso e que precisa esperar o laudo técnico do Instituto Médico Legal (IML), que deverá sair ainda hoje na mulher.
Stringueta adiantou que a história está “mal contada” e que é preciso apurar melhor as informações. Ele acredita que o caso possa não ser verídico, uma vez que o esposo da mulher levou sete dias para relatar o crime.
“Esse é um dos motivos que nos leva a desconfiar que [o sequestro] não aconteceu. Pois, quem tem alguém sequestrado não demora tanto tempo para informar. Se não voltar para casa no mesmo dia já avisa a polícia, esse é o comum”, afirmou .
Entenda
De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher teria sido sequestrada na frente à Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. A vítima disse que foi abordada por uma mulher que se identificou como Laura. Ela teria feito diversos questionamentos a respeito do estágio da gravidez e sexo do bebê, que C.A.M. estava esperando.
Foi então, que de acordo com o B. O., um conhecido da mulher identificada como Laura ofereceu um copo d’água. Após ingerir a água, a gestante relatou ter ficado tonta e perdido a consciência.
A dupla que abordou a suposta vítima teria a colocado em um furgão, trazido para Cuiabá e a mantido em cativeiro, por sete dias.
No cárcere – onde havia equipamentos médicos -, a vítima teria sido induzida ao parto.
C.A.M. relatou que foi deixada na região da Rodoviária de Cuiabá, sem o seu filho. Após conseguir falar com seu marido, ele veio até a Capital e denunciou o caso.
Na última terça-feira, o esposo da mulher, identificado apenas como Adriano, informou a Polícia Civil que a esposa foi sequestrada no último dia 7 (terça), quando estava indo para a Santa Casa, Em Rondonópolis, realizar o parto da criança, que já estaria marcado.
O caso foi atendido pelos policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar e o Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc Carumbé). Consta no B.O, que os bandidos entraram em contato com o esposo da vítima, avisado que a esposa teria sido levada para Cuiabá, por conta de complicações durante o parto.
Por telefone, os suspeitos teriam dito que caso o marido da vítima não contasse para ninguém sobre o assunto, ele teria a criança devolvida. Ao Circuito Mato Grosso, Adriano disse que não informou o caso às autoridades por medo.
Ainda de acordo com Adriano, a esposa apresentou hemorragia e foi encaminhada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porém, não pode ser medicada sem antes realizar os exames necessários no Instituto Médico Legal (IML).
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