Líder na produção de grãos e carne, Mato Grosso figura como um dos grandes fornecedores de alimentos mundiais. Com as vendas externas adicionou US$ 8,313 bilhões ao saldo da balança comercial brasileira este ano, que encerrou julho em US$ 42,510 bilhões. A participação estadual chega a 20% do saldo comercial da balança brasileira e a 73% da receita comercial da região Centro-Oeste, que somou US$ 11,419 bilhões este ano, no acumulado de janeiro a julho.
Conforme estatísticas detalhadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Mato Grosso comercializou 23,399 milhões de toneladas de produtos ao valor total de US$ 9,245 bilhões de janeiro a julho deste ano. Apesar do volume menor de itens comercializados, o faturamento proveniente do comércio internacional se manteve equiparado ao do último ano, quando somou US$ 9,288 bilhões com embarques de 26,714 milhões de toneladas no mesmo período.
Historicamente, a exportação de soja é preponderante. Somente as vendas do grão triturado totalizaram 15,949 milhões de toneladas e que reverteram em US$ 6,021 bilhões, sendo 65,12% do saldo total gerado com as exportações nos 7 primeiros meses deste ano. Já as importações aumentaram 21,33% em 2017 sobre igual período do ano passado, ao saltar de US$ 768,342 milhões para US$ 932,227 milhões. Entre os itens importados, destacam os componentes para fertilizantes, sendo que as importações de cloreto de potássio responderam por 38,59% do desembolso com as compras internacionais, ao totalizar US$ 359,838 milhões.
Basicamente, a importação acompanha a exportação, já que a maioria dos produtos importados por Mato Grosso é destinada a atender a produção agrícola, comenta o economista Carlos Theobaldo de Souza. “A moeda americana reduziu de valor este ano e isso influenciou no aumento da importação”, observa. Quanto às exportações, o economista avalia que os preços não estão tão atrativos no momento, situação que inibe as vendas.
Com o crescimento das importações e pequena queda nas exportações em 2017, o saldo da balança comercial mato-grossense permanece superavitário em US$ 8,313 bilhões, mas ligeiramente inferior aos US$ 8,519 bilhões computados em 2016, conforme as estatísticas do Mdic. O resultado atual é o 3º melhor dos últimos 17 anos, sendo que em 2014 atingiu o recorde de US$ 9,018 bilhões de superávit.
O economista Carlos Theobaldo de Souza avalia que esse comportamento no saldo do comércio internacional se manterá em Mato Grosso até o fechamento deste ano. “A balança comercial mato-grossense sempre será superavitária porque se exporta produtos primários e que são demandados pelo mundo todo”. Ao analisar o comércio internacional brasileiro, ele pondera que a retração do consumo interno impele os exportadores a intensificar as vendas externas.