Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o câncer de tireoide exige cuidados rigorosos e pode ser agressivo, de acordo com o oncologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Artur Malzyner. Além disso, a neoplasia maligna mais comum do sistema endócrino – não tem nada de bonzinho.
“Sem dúvida, é um tipo de câncer melhor que muitos outros. Poucos pacientes falecem em decorrência deste problema nos dias de hoje. Mas, não dá para dizer: fique tranquilo, que nada vai te acontecer”, argumenta o médico. “Câncer bonzinho é aquele inócuo, que, mesmo sem tratamento, evolui bem; e não é o caso. Posso dizer que o câncer de tireoide é bem domável”, complementa.
De acordo com Malzyner, este tipo de neoplasia representa de 3 a 5% dos cânceres hoje diagnosticados no mundo e tem o índice de mortalidade menor no universo dos tumores malignos. Nos Estados Unidos, a estimativa para 2017 é de 55 mil novos casos. No Brasil, é o oitavo mais comum na população feminina (excluindo os tumores de pele não melanoma), sendo que, em 2016, foram estimados cerca de 7 mil novos casos.
São quatro os tipos de tumores na tireoide: papilífero, folicular, medular e anaplásico. Os dois primeiros são considerados diferenciados e com menor gravidade. O último, mais raro, é, em geral, agressivo e com índice de mortalidade elevado.
O papilífero corresponde a cerca de 70% dos casos, com diagnóstico frequentemente em mulheres (três vezes mais afetadas que os homens), entre 30 e 60 anos. No adulto idoso é mais agressivo. O folicular é menos frequente, de 10 a 15% dos casos, comum entre 40 e 60 anos, sendo o público feminino mais atingido do que o masculino e 90% dos pacientes ficam curados. Uma pequena porcentagem tem recaída ou metástase.