Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os 176 armazéns públicos e privados podem receber até 145 milhões de toneladas de grãos.
Para analistas e representantes do setor, indústrias, agricultores e governo precisariam investir R$ 10 bilhões para zerar o déficit atual e até R$ 29 bilhões para acompanhar o crescimento da produção na próxima década.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) considera ideal que os países tenham capacidade para armazenar 120% de sua produção agrícola – no caso brasileiro, 216 milhões de toneladas. Mas se as estimativas de colheita se confirmarem, essa relação deve ficar abaixo de 80%.
Representantes do setor afirmam que, na prática, o déficit é maior, porque muitos armazéns não são adequados para receber soja e milho, culturas em que a produção mais cresceu nos últimos anos. Só no Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos, o déficit para este ano é estimado em quase 10 milhões de toneladas.
A situação no Estado agravou-se nos últimos dois anos, período em que a produção de soja e milho cresceu mais de 9 milhões de toneladas. Até então, havia equilíbrio entre a produção e a capacidade estática dos armazéns. Como resultado, o custo médio para armazenar soja por um mês quase dobrou entre 2010 e 2012 – de R$ 12,79 para R$ 25,15 a tonelada.
A falta de armazéns também eleva os gastos com transporte. Sojicultores do leste do Mato Grosso precisam mover o produto por até 300 km para conseguir um armazém. Com isso, o custo da saca de soja sobe entre R$ 4 e R$ 5, ou 10% do preço da commodity no Estado.
O governo federal estuda construir ou ampliar pelo menos dez armazéns em oito Estados, o suficiente para elevar a capacidade total do sistema oficial em pouco mais de 800 mil toneladas.
Fonte: Aprosoja | Valor Econômico