Opinião

Saci x Halloween ou Saci & Halloween?

Ontem, dia 31 de outubro, foi Dia do Saci! Ops! Foi Dia do Halloween! Que nada! Dia 31 de outubro foi Dia do Saci-Halloween! Figuras fortes do mundo fantástico ocupando a mesma data. Eles, Saci e bruxas, que se entendam. A culpa é do jornalista e político alagoano, Aldo Rebelo, quem apresentou em 2003 um Projeto de Lei criando o Dia do Saci para trazer à tona figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas, ou Halloween, de tradição celta. Aldo Rebelo e seus amigos Chico Alencar e Angela Guadagnin querem chamar atenção para personagens nacionais que hoje em dia são pouco difundidas. A vontade de Aldo Rebelo é colocar o Saci Pererê em evidência, fazer frente às bruxas do Halloween, ao estrangeirismo, ao colonialismo. Para Rebelo, “o Saci é reconhecido como uma força da resistência cultural à invasão dos x-men, dos pokémons, os raloins, e os jogos de guerra”. E mais: Rebelo entende que “o Halloween é modismo americano copiado pela classe média brasileira.”

Fonte: Blog do Esmael

A organização Sociedade dos Amigos do Saci, que tem mais de mil integrantes que se autodenominam saciólogos, ou observadores de Saci, atua desde 2003 para a valorização do folclore nacional, com o Saci à frente. O Saci está com tudo e não está prosa. Ele só não pode saber que o Google Doodle do dia de ontem prestou homenagem ao Dia das Bruxas, nome de um dos poemas escrito pelo poeta escocês Robert Burns, em 1785.

Curupira, Mula Sem Cabeça, Boitatá, Cuca, Iara, Neguinho d’Água, Sereia, e tantos outros. E o Minhocão do Pari? Gosto de todos. Mas, fico com o Saci. Sem pestanejar. Aliás, de uns tempos para cá, adotei Saci Pererê (ou ele me adotou?). Em tempos de desordem, de desumanidade, estar na companhia de Saci Pererê é um medicamento de qualidades balsâmicas.

Fonte: Mala de Romances

Vem da infância minha admiração pelas traquinagens do Pererê, que chega dentro de redemoinhos. Suas histórias nunca me assustaram. Ao contrário da Mula Sem Cabeça, ser sobrenatural que rondava meus pensamentos de criança, quando ouvia meu pai contar, ao chegar do trabalho, em tom de seriedade, que a Mula Sem Cabeça andava assustando seus amigos. Depois, chegaram os livros: O Saci, O Sacy-Pererê: resultado de um inquérito e A contagem dos Sacis, os três de Monteiro Lobato; Ajuda do Saci Kamba’i e O Saci verdadeiro, ambos do indígena Olívio Jekupé; Um mito bem brasileiro: estudo antropológico sobre o Saci, de Renato da Silva Queiróz.

Esquecer o Halloween? Sou contra. Viva a diversidade! Há gosto para tudo! Há espaço para todos – humanos e inumanos, sem se importar com suas nacionalidades. É tempo de somar! Já que Saci Pererê une várias culturas, bem que poderia convocar sua turma e se achegar às bruxas estrangeiras para combater as maldades que parecem contas de multiplicação.

 

 

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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