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O deputado federal Adilton Sachetti se posicionou contrário a decisão do Diretório Nacional do seu partido, o PSB, que nesta segunda-feira (22) anunciou a saída da base de apoio ao Governo de Michel Temer (PMDB), após o escandâlo envolvendo gravações comprometedores envolvendo o empresário Joesley Batista, um dos sócios do Grupo JBS.
O PSB decidiu passar para a oposição, retirando da superbase do Governo seus 35 deputados e 7 senadores. O partido pediu a renúncia imediata de Temer e afirmou que apoiará a Proposta de Emenda à Constituição que defende a realização de eleições diretas no caso da saída antecipada do presidente.
Sachetti contestou a decisão dos dirigentes e presidente do partido, uma vez que, segundo o parlamentar, eles não possuem voto popular e se sobreporam a opinião dos deputados.
“Eu vou falar por mim. Acho que não dá para quem tem voto ficar submetidos àqueles que não têm votos. Continuarei apoiando o Governo, as medidas que o País precisa para sair dessa crise”, afirmou ao Circuito Mato Grosso.
Segundo o parlamentar, a sigla decidiu fazer a reunião para deliberar sobre a saída da base no último sábado (20), “quando não tinha nenhum deputado em Brasília”.
A Executiva Nacional do PSB já tinha demonstrado certo descontentamento com o Governo Federal ao votar a reforma trabalhista na Câmara dos Deputados. A sigla fechou questão contra a matéria e destituiu o presidente regional da sigla em Mato Grosso, deputado Fábio Garcia, por votar favoravelmente à proposta.
“Eles [diretores e presidente] tomaram essa decisão [de sair da base]. Eu não decidi. A maioria dos deputados é favorável às reformas. Quem é contra são aqueles que não têm voto”, declarou.
Pensar no melhor
Adilton Sachetti defende que não é a hora de agir por meio do “quanto pior, melhor”. Para o parlamentar é necessário pensar em soluções para o País sair da crise e voltar a normalidade, gerando empregos.
“Só discurso não enche barriga de ninguém. O que enche a barriga é desenvolvimento, é emprego, é a economia andando. Se nós não fizermos as reformas que são necessárias, não haverá esses empregos, não haverá oportunidades. Haverá consequências não para alguns, mas para todos”, argumentou.
“Questão jurídica”
Em relação às denuncias contra o presidente da República, Sachetti defendeu que este problema seja deixado para que o Judiciário resolva. Ainda segundo o parlamentar, ele não defende o “mal feito”.
“Eu não vou proteger mal feito, mas não é na política que tem que resolver essas questões. Quem o fez vai pra Justiça, se acerta e paga pelo que fez. Isso é uma questão para a Justiça resolver e penalizar quem quer que seja”, finalizou o deputado.
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