O deputado federal Adilton Sachetti (PSB) disse ser encontra a proposta de fundo partidário em análise da Câmara Federal. Ele diz que o dinheiro já destinado para partidos fazerem a manutenção de diretórios não tem prestação de conta adequada, e a criação de fundo de R$ 3,6 bilhões aumentaria as chances de corrupção.
“Sou totalmente contra o fundo público para financiamento de campanha. Os partidos já recebem dinheiro e ninguém sabe para onde vai, pois não há transparência, não há clareza de como e de quem usa. Temos que buscar eleições mais baratas, criar mecanismos de redução de recursos, senão as campanhas continuarão sendo caras”.
Na noite desta quarta (23), o plenário da Câmara aprovou o destaque que retira da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/2003 o dispositivo que estabelecia um percentual que vinculava 0,5% da receita corrente líquida da União para fundo de financiamento público de campanhas eleitorais.
Após a aprovação do destaque, por 441 votos a 1, a votação do restante do texto da reforma política foi adiada para a próxima terça-feira (29).
Pelas dificuldades em fechar acordo entre os parlamentares, os deputados aprovaram um requerimento por 241 votos a 209 pela votação fatiada, em que a análise é feita por partes. Com isso, a proposta foi votada começando pela apreciação do destaque que retirou o percentual para o fundo e, na sequência, será discutido o dispositivo que trata da adoção do sistema distrital misto para as eleições de 2022 em diante e do chamado "distritão” em 2018 e em 2020. Essa votação ficou para a próxima semana.
Financiamento privado
O deputado Adilton Sachetti disse defender a volta da liberação de doação de dinheiro para campanha eleitoral por empresas privadas, que foi proibida na minirreforma do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no fim de 2015 e que começou a valer nas eleições municipais de 2016.
Ele diz que a doação de empresas é saudável desde que haja regularização adequada.
“Sou favorável a um financiamento privado, com limite de doação. Qualquer empresa ou pessoa física pode doar, mas apenas para um candidato, expressando assim a sua vontade política. E poderíamos criar um fundo com uma porcentagem do valor arrecadado por cada candidato, assim, essa verba financiaria àqueles que não conseguissem doação”.