A Rússia vê os planos de Suécia e Finlândia de aderir à Otan como um movimento desestabilizador, disse o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, nesta quarta-feira, após os dois países nórdicos avançarem para ingressar rapidamente na aliança militar.
"Consideramos a expansão da aliança do Atlântico Norte como um fator puramente desestabilizador nos assuntos internacionais. Ela não acrescenta segurança nem aos que a estão expandindo, nem aos que se juntam a ela, nem a outros países que percebem a aliança como uma ameaça", afirmou Ryabkov, segundo a agência de notícias Interfax.
Finlândia e Suécia anunciaram pedidos para aderir à Otan em maio, citando a invasão russa da Ucrânia como motivo para abandonarem décadas de neutralidade na política externa.
Evitar a expansão da Otan até as fronteiras da Rússia foi exatamente o motivo citado pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao lançar a invasão, que ele chama de "operação militar especial", de Moscou na Ucrânia, em 24 de fevereiro. Mas a Rússia tem enviado sinais mistos sobre os riscos para sua segurança devido à entrada de Finlândia e Suécia na aliança.
Em maio, Putin afirmou: "Quanto à expansão, a Rússia não tem nenhum problema com esses Estados — nenhum. E assim, neste sentido, não há nenhuma ameaça imediata à Rússia de uma expansão [da Otan] para incluir esses países".
A Turquia, que faz parte da Otan, ameaçou inicialmente bloquear a adesão de Finlândia e Suécia, citando o que chamou de apoio da Suécia a militantes curdos e sua proibição de exportação de alguns tipos de armas para a Turquia.
No entanto, a Turquia abandonou suas objeções à candidatura dos dois países à Otan na terça-feira (28), quando a aliança iniciou uma cúpula de três dias em Madri.