Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, fala em discurso em Ancara (Foto: Umit Bektas/Reuters)
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan e sua família estão diretamente envolvidos no tráfico de petróleo com a organização Estado Islâmico (EI), denunciou o vice-ministro russo da Defesa, Anatoli Antonov, em novas acusações contra a Turquia, que abateu um avião militar russo em 24 de novembro.
"O principal consumidor do petróleo roubado de proprietários legítimos, a Síria e o Iraque, é a Turquia. Depois de informações obtidas, a classe dirigente política, com o presidente Erdogan e sua família, está envolvida neste comércio ilegal", acrescentou diante de cerca de 300 jornalistas.
"O cinismo do governo turco não tem limites", acrescentou.
Após a acusação, Erdogan disse que ninguém tem o direito de "difamar" a Turquia. "Ninguém tem o direito de difundir calúnias contra a Turquia, dizendo que está comprando petróleo do Daesh", acrônimo árabe do grupo EI, afirmou.
Falando em uma universidade de Doha, capital do Catar, disse também não desejar que as relações com Moscou fiquem ainda piores.
O Ministério da Defesa da Rússia disse ter comprovado que Erdogan e sua família estavam se beneficiando de contrabando de petróleo a partir de territórios controlados pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Acusações
Na segunda-feira (30), o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia recebeu informações de que o petróleo do Estado Islâmico está passando pela Turquia. Segundo ele, a derrubada de um avião russo pelas forças de segurança turcas na semana passada ocorreu para proteger esse abastecimento.
"Recebemos informações complementares que, infelizmente, confirmam que esse petróleo, produzido em zonas controladas pelo EI e por outras organizações terroristas, é encaminhado maciçamente, de maneira industrial, para a Turquia", afirmou o presidente russo.
Após a declaração, Erdogan, prometeu renunciar ao cargo se fosse provado que seu país derrubou o jato russo para proteger o envio de petróleo do Estado Islâmico.
"Não é moral acusar a Turquia de comprar petróleo do Daesh (forma pejorativa usada para se referir ao EI). Se há documentos, deveriam mostrá-los, que os vejamos. Se for provado, deixarei o cargo. E digo ao senhor Putin: ficará em seu cargo (caso não se confirme)?", disse Erdogan em reunião com a imprensa durante a primeira jornada da Cúpula do Clima em Paris.
Fonte: G1