Roupas falsificadas de marcas nacionais e internacionais foram apreendidas em grande quantidade durante a Operação Marca Registrada, deflagrada nesta quinta-feira (28) pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). A ação contou com o apoio de policiais de diversas unidades de Cuiabá, além de fiscais do Procon Estadual, Procon Municipal e servidores da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Sorp), e teve como alvo outlets localizados na capital e em Várzea Grande.
As investigações apontaram que grandes lojas da região metropolitana vinham comercializando camisas, calças, calçados e acessórios contrafeitos a preços muito abaixo do mercado. O delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, destacou que a prática representa um grave prejuízo ao comércio formal. “Empresários que investem em fábricas, lojas e empregos formais acabam sendo sufocados pela concorrência desleal da pirataria, que não cria postos de trabalho e ainda alimenta o contrabando, o descaminho e até mesmo facções criminosas”, afirmou.
Grande parte dessas mercadorias chega a Mato Grosso a partir de polos como a Rua 25 de Março, em São Paulo, onde entram de forma ilegal no país sem controle de qualidade e sem recolhimento de tributos. De acordo com o Fórum Nacional Contra a Pirataria, em 2024 o Brasil perdeu R$ 468 bilhões com contrabando, falsificações e pirataria. O setor de vestuário foi o mais atingido, acumulando prejuízo superior a R$ 87 bilhões.
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Fiesp e a Firjan, aponta que só em 2023 cerca de 370 mil empregos formais deixaram de existir no Brasil em razão da pirataria, sendo 64 mil apenas no segmento de roupas e calçados. “São milhares de famílias que poderiam ter renda e dignidade, mas acabam perdendo seus empregos e espaço para o comércio ilegal, que gera esses postos de trabalho e renda em outros países”, reforçou o delegado Ferreira.
Durante a operação, seis lojas foram vistoriadas e milhares de peças de roupas de grife falsificadas foram recolhidas. Os produtos passarão por perícia e, após decisão judicial, devem ser destinados a famílias em situação de vulnerabilidade, instituições de acolhimento de idosos e centros de convivência em Mato Grosso. Segundo a Polícia Civil, o nome da operação simboliza a proteção ao consumidor contra os riscos da pirataria, que além de enganar os compradores, alimenta um mercado clandestino que ameaça a economia e destrói empregos formais.