Cidades

Roubos de cargas aumentam 136% em dois anos; seguradoras fogem

Foto Ilustração

O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de soja, milho e carne bovina do País. É também um dos que possui maior malha rodoviária e detém o maior tráfego de caminhões, onde circulam cerca de 50 mil veículos por dia em época de safra. Tudo isso significa um prato cheio para os bandidos especializados em roubos de cargas no Estado.

Segundo dados da Polícia Judiciária Civil (PJC), no ano de 2015, nos quatro primeiros meses do ano (janeiro a abril), foram registrados 11 roubos de cargas, em 2016 este número saltou para 19. Já no mesmo período deste ano, a PJC registrou 26 casos, o que representa um aumento de 136% na modalidade do crime.

Os roubos constantes têm obrigado às empresas de seguro de transportes de cargas evadirem do estado, segundo o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Amorim. De acordo com Amorim, há dez anos havia em Mato Grosso 16 empresas que prestavam o serviço, hoje apenas duas operam.

“O índice de roubo de carga está alarmante no Mato Grosso, o prejuízo que nós temos em valores à seguradora chega a R$ 50 milhões em um ano”, afirma Eleus.

“E para fazer uma apólice de seguro, as empresas exigem cadastro de motorista, equipamento rastreador, uma empresa para poder monitorar aquele equipamento rastreador, tudo isso tem um custo elevado”, completou Eleus Amorim.

Safra e roubo de óleo diesel

De acordo com especialista ouvido pelo Circuito Mato Grosso, que preferiu não se identificar devido os riscos da profissão, os roubos aumentam significativamente no ápice da safra, quando milhares de veículos pesados circulam em Mato Grosso.

Ainda segundo o especialista, os bandidos estão cada vez mais sofisticados para driblar os serviços de monitoramento. “Na maioria dos casos, os bandidos estão utilizando o 'chupa-cabra', que é um equipamento chamado Jammer. Esse equipamento bloqueia o sinal do localizador”, explica.

Ainda de acordo com ele, muita das vezes os gatunos priorizam o roubo de combustível óleo diesel, que é mais difícil de rastrear o caminho seguido pelo produto, além de que é fácil encontrar um receptador.

“Quando começa a safra, as fazendas automaticamente consomem muito óleo diesel. O maquinário que esta no campo precisa abastecer, e é justamente nessa época que o número de roubos nessas cargas, principalmente de óleo diesel aumentam muito”, explicou.

O especialista ainda faz um alerta para os interessados em contratar seguros de cargas. Com o “buraco” deixado pelas companhias de seguro que abandonaram o Estado, têm surgido associações de benefício veicular, o que segundo ele é motivo de polêmica.

“Está crescendo bastante em Cuiabá. Mas há pessoas que falam que aquando ocorre algum sinistro, as associações não pagam, então tem que pesquisar bastante o histórico da associação antes de contratar o serviço”, alertou.

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Redação

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