Na mesma data que o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulga crescimento de 29% do desmatamento na Amazônia no período de um ano, o Rock in Rio anuncia o início do plantio de mais de 200 mil árvores pelo Amazonia Live. A mão está na massa, ou melhor, na terra, para ajudar a reduzir estes impressionantes números — mais de 7 mil km2 de floresta devastada.
Uma marca não atingida desde 2010, segundo os dados do Instituto. Em um dia de nuvens carregadas, anunciando a proximidade do inverno amazônico, os indígenas, agricultores familiares e outros coletores da Rede de Sementes do Xingu participaram da atividade na Fazenda Rancho 60, em Bom Jesus do Araguaia (MT).
A meta é chegar a quatro milhões de árvores com o envolvimento do público. A iniciativa vai restaurar mais de 400 hectares de floresta desmatada nas cabeceiras e nascentes do Rio Xingu, entre outras áreas emergenciais. O projeto foi lançado em abril de 2016 e, em agosto, teve como marco inicial um show inédito em um palco flutuante montado no meio do Rio Negro, na Floresta Amazônica, em Manaus, transmitido pela TV e pela Web para o mundo, chamando atenção para as questões ambientais.
Mais de uma tonelada de sementes foi plantada na semeadura inaugural para atingir o objetivo de reflorestar as áreas degradadas e proteger as nascentes da bacia do rio Xingu. São quase 200 mil hectares de matas nas margens do rio desmatadas. E para cumprir tal desafio, a organização do maior festival de entretenimento do mundo procurou o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) para que, juntos, encontrassem as parcerias necessárias e ideais para o plantio do primeiro milhão de árvores. O Instituto Socioambiental (ISA) e a Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) também são parte do projeto visando a implementação e a ampliação dele.
Além de recuperar a área desmatada da floresta, o projeto ajudará a preservar a água na região e a fortalecer a economia local, uma vez que as sementes utilizadas no plantio são fornecidas pela Rede de Sementes do Xingu, formada por coletores que trocam e vendem sementes de árvores e outras plantas nativas da região. "A rede é uma articulação de cerca de 500 indígenas, agricultores familiares, pesquisadores, organizações parceiras que tem como objetivo reunir os saberes e a diversidade dos povos para coletar, conhecer e valorizar as sementes da floresta", explica Rodrigo Junqueira, coordenador do Programa Xingu do ISA.
O plantio também marcou a segunda Expedição da Rede de Sementes do Xingu, iniciativa que reuniu mais de 50 pessoas durante três dias e que percorreu toda a área de plantio de sementes florestais. O momento foi ainda de grande troca de conhecimento entre os coletores sobre as diferentes técnicas utilizadas na coleta e no beneficiamento das espécies. Um dos pontos altos foi a preparação e o plantio da muvuca do projeto Amazonia Live, no último dia do encontro. A técnica da muvuca, utilizada no plantio de árvores, é uma mistura de sementes nativas e de adubação verde com areia que forma um insumo homogêneo propício para a formação da estrutura da floresta. Nessa mistura, há espécies que vão crescer logo no primeiro mês, pois germinam rapidamente, e logo formarão a cobertura do solo.
O Amazonia Live, com o mote "Mais do que árvores, vamos plantar esperança", junto com seus parceiros (Banco Mundial, Universidade Estácio de Sá, Conservação Internacional (CI-Brasil), Itaú, Manaus Luz, Manaus Ambiental e Gol), está garantindo o plantio de um montante que ultrapassa 2,9 milhões de árvores na região do Xingu. Desse total, cerca de um milhão de árvores foram doadas pelo Rock in Rio para o reflorestamento de 400 hectares. Todos podem se engajar, participar e doar. É muito simples. Basta entrar no site do Amazonia Live (www.amazonialive.com.br) e fazer a contribuição. Uma árvore custa apenas R$4,50 + taxas.
Fonte: Assessoria