Keaton falou sobre o que o motivou a aceitar entrar no projeto. "Queríamos trabalhar com o Padilha. Eu não tinha visto 'Robocop' antes. Acho que fui uma das últimas peças do quebra-cabeça, mas vi os nomes confirmados no elenco, era fã dos atores e do diretor. Ótimos diretores sempre tornam o trabalho desafiador. O Padilha nao é capaz de fazer nada comum", elogiou. Kinnaman também fez coro: "Vi 'Tropa de Elite' e 'Ônibus 174' e fiquei impressionado. Padilha é um dos melhores diretores do mundo. O filme do José tem um conceito social que interessa para mim".
Keaton, aliás, foi o responsável pelo momento saia justa da coletiva. Durante o papo, ele deu uma alfinetada nos jornalistas brasileiros: "Português é uma língua tão linda, mas quando escutamos fica tudo tão complicado… Eu digo não e vocês fazem frases enormes. Se fosse traduzir um livro de Hemingway para português teria o dobro do tamanho do original (risos)."
Em "RoboCop", Alex Murphy (Joel Kinnaman), é um policial e pai de família que fica gravemente ferido em serviço. A empresa OmniCorp, envolvida na criação de armas de guerra, usa a oportunidade e reconstrói o corpo do policial. Michael Keaton interpreta Raymond Sellars, o diretor-executivo da corporação que constrói Robocop nessa nova versão do filme.
"Tem algumas dificuldades ao usar a roupa do Robocop. Os movimentos e a forma de demostrar emoção são diferentes. Tinha de separar a linguagem corporal com a emocional. A linguagem corporal é diferente. Foi desafiador, especialmente nas cenas mais emotivas, de ficar concentrado enquanto as pessoas fazem ajustes na roupa. Fico feliz de fazer esse personagem agora e não há dez anos. Acho que não estaria tão preparado", contou Kinnaman, que é fã do heroi: "Assisti ao filme de 20 a 24 vezes quando era criança e até minha mãe, que é psicóloga, achou que estava tendo uma psicose robocópica (risos). Então me se senti preparado."
O filme original foi dirigido por Paul Verhoeven, em 1987, e foi protagonizado por Peter Weller, Nancy Allen e Ronny Cox.
"Eu ignorei a expectativa dos fãs. Se fosse pensar, estaria liquidado. Tentei ser fiel ao conceito básico do personagem Robocop. Ele tem um conceito psicológico: se você abre a porta da automatização da violência, a gente gera o fascismo. Tentei falar um pouco da política externa, falei da mídia extrema dos Estados Unidos. Fui fiel às ideias e não às formas. Consegui fazer um filme político, do jeito que queria. Acho que nos Estados Unidos os estúdios subestimam o público e fazem filmes mais simples. Só ver as séries que fazem sucesso lá como 'Breaking Bad'. Os estúdios estão começando a mudar essa idéia.", disse Padilha, acrescentando que não tem obrigação de fazer um novo filme: "Não penso em uma franquia.
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