Os pais de nosso século estão perdendo cada vez mais um dos costumes mais sagrados da educação dos filhos e que, certamente, você que me lê viveu na infância: o aprender a rezar.
Quando afirmamos que aos pais compete o compromisso de educar seus filhos para a vida, queremos dizer que em casa o filho deve aprender os valores humanos, sociais e espirituais; é uma base triangular que o ajudará a definir qual sua visão e caminho de vida própria. É verdade que estando o rezar muito atrelado à religião, corre-se o risco de doutrinar religiosamente a criança, o que pode ser um delicado problema quando preconceitos próprios de algumas correntes religiosas são levados para dentro de casa e ofertados para os filhos como flores embelezadoras, obstante, deve-se tomar cuidado com as ações que ensinam religiões mas não espiritualidade.
Todos os grandes seres de nossa humanidade foram ensinados desde o berço a ter valores espirituais. De fato, não é possível criarmos uma sociedade melhor se não a cultivarmos dentro de nossos lares e em especial para com nossas crianças que são o futuro incontestável do amanhã.
Me lembro com saudade de quando fui ensinado a rezar quando ainda criança; minha avó paterna, com qual morava desde tenra idade, tinha o cuidado de colocar um terço em minhas mãos e ir me ensinando palavra por palavra, todos os dias. Criança ingênua, eu pensava que o terço que ficava na mão era uma forma de fazer algo para não cansar das orações, só depois é que fui compreender seu sentido de regulador numérico. De lá aqui já trilhei vários e diferentes caminhos, todos voltados ao espiritual, mas o sentido de espiritualidade adquirido com os ensinamentos de minha avó ficou e me guiou em momentos críticos e difíceis. Só quem passa frio sabe o valor de uma manta… a espiritualidade na vida familiar é uma grande ferramenta para viver com maior plenitude e dar à vida um sentido transcendente. Até aqui venho falando da educação da oração, pois essa é a forma mais comum de se ensinar a espiritualidade aos filhos, ao menos de início, mas é importante lembrar que não é a única, e suficiente, forma de fazê-lo. Os pais devem absorver sua própria noção de espiritualidade para que depois de ter essa noção viva dentro de si possam definir a forma pela qual irão transmitir isso aos filhos, de forma natural e adaptada.
Os pais dentro de Casa figuram e personalizam a tríade divina presente em todos os credos da humanidade. É necessário vivenciar a divindade em nossos lares para que eles se tornem morada e habitação do espiritual, seja ele qual for.
Que assim seja.