Três réus da operação Sodoma I tiveram audiências marcadas para reinterrogatório, designados pela juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal. O ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB), o ex-secretário de Fazenda, Marcel De Cursi, e o ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Cézar Correa Araújo, serão ouvidos entre o dia 21 de outubro e 4 de novembro, no Fórum de Cuiabá, conforme a decisão judicial.
Silvio Correa será o primeiro a ser interrogado, no dia 21 de outubro. Todas as audiência estão previstas para as 9h30. O ex-secretário Marcel teve a audiência marcada para o dia 25 de outubro e Silval para o dia 4 de novembro.
A magistrada negou o pedido das defesas de novas diligências, além do pedido de acareação entre o depoimento do delator João Batista Rosa, empresário dono da Tractor Parts, e o ex-secretário Pedro Nadaf e Marcel de Cursi. João Batista disse em depoimento que pagou cerca de R$ 2,5 milhões em propina para o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, que tinha o objetivo de garantir acesso a incentivos fiscais.
SODOMA I
A denúncia criminal é resultado da Operação Sodoma deflagrada pela Polícia Civil que revelou a “venda” de incentivos fiscais para empresas mediante pagamento de propina. Os suspeitos teriam montado um esquema criminoso de corrupção e lavagem de dinheiro, em 2013 e 2014, relacionado à concessão de incentivos fiscais, por meio do Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o ex-governador e os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi pelos crimes de concussão (praticado por funcionário público, em que este exige para si ou para outrem, vantagem indevida), extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Também foram denunciados pelos mesmos crimes o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio Cézar Corrêa de Araújo, o procurador do Estado aposentado, Francisco Andrade de Lima Filho e a funcionária da Fecomércio (Federação do Comércio), Karla Cecília de Oliveira Cintra.
Em depoimento à Delegacia Fazendária (Defaz), o empresário João Batista Rosa, um dos sócios do grupo Tractor Parts, confessou ter pago R$ 2,5 milhões em propina para ter suas empresas inclusas no CEDEM (Conselho de Desenvolvimento Empresarial).