Gilberto Rodrigues dos Anjos foi condenado a 22 anos, 7 meses e 10 dias de prisão pelo Tribunal do Júri de Lucas do Rio Verde, a 354 km de Cuiabá. Ele foi considerado culpado pelos crimes de estupro, tentativa de feminicídio e lesão corporal qualificada, cometidos contra a vítima identificada como D.C.C., em setembro de 2023. A decisão, tomada em sessão no último dia 25 de março, determinou que o réu não poderá recorrer em liberdade.
Segundo a denúncia, Gilberto invadiu a residência da vítima por volta das 2h da madrugada e, sob grave ameaça, a estuprou. Para tentar evitar que a vítima denunciasse o crime, ele tentou matá-la, mas foi impedido graças à resistência da mulher, que entrou em luta corporal com o agressor. Na tentativa de socorrer a filha, a mãe de D.C.C., identificada como L.R.C., também foi agredida com socos no rosto pelo criminoso. As duas conseguiram pedir ajuda, e Gilberto fugiu do local.
O caso, que por si só já choca pela brutalidade, ganha contornos ainda mais graves quando se observa que o mesmo réu é investigado por um segundo crime de grande repercussão. Em novembro de 2023, na cidade de Sorriso, Gilberto teria invadido uma residência e assassinado Cleci Calvi, de 46 anos, e suas três filhas: Miliane, de 19, Manuela, de 13, e Melissa, de apenas 10 anos. Ele também será julgado por esse crime em júri popular.
A atuação rápida da Justiça no caso de Lucas do Rio Verde contrasta com a complexidade do caso da chacina em Sorriso, que ainda será analisado. A gravidade das acusações acende o alerta sobre a reincidência de crimes violentos e a necessidade de respostas mais eficazes do sistema penal, inclusive com foco na proteção de potenciais vítimas.