Suzete foi contaminada pelo marido, mas só descobriu a doença depois da morte do companheiro. Os dois foram casados por 23 anos. "[A Aids] é sigilosa, traiçoeira, porque quando a pessoa descobre é porque já pode estar no finzinho", declara.A dona de casa mora em Cruz Alta, na Região Noroeste do estado. A cidade é a sexta no Rio Grande do Sul com maior número proporcional de casos em relação à população. A cada 93 pessoas, uma é portadora do vírus.
Em um comparativo entre as cidades com mais de 50 mil pessoas, Cruz Alta ocupa o 13º lugar em contaminações pelo vírus do HIV no país. O serviço de assistência especializada da cidade atende aproximadamente 650 pessoas com a doença. Entretanto, apesar da incidência, os índices diminuíram."Cruz Alta já foi 5º [no ranking] no Brasil, competindo com capitais. Hoje, está em 13º. Caiu no ranking no número de casos. Este ano descobrimos 25 novos casos de pessoas com HIV. Então esse número, de verdade, aumenta. O que nos deixa preocupados é o comportamento das pessoas", afirmou a enfermeira coordenadora do serviço de assistência especializada, Ângela Garlet.
No topo da lista de alto índice da doença no estado está Alvorada, na Região Metropolitana, com 1.027 contaminações. Em seguida vem Porto Alegre, com 8.724; Guaíba, com 301 casos; São Leopoldo, com 832; e Santa Vitória do Palmar, com 90 casos. Os dados foram computados de 2007 a 2013.Em 30 anos, o Rio Grande do Sul acumula cerca de 25 mortes em decorrência da doença. A rapidez para procurar tratamento é decisiva para a qualidade de vida. Mas a queda das contaminações, só ocorre com a mudança nos relacionamentos.
"A saúde, junto com a escola, deve estar trabalhando com os adolescentes, para que eles saibam da importância do uso do preservativo, da prevenção dessa doença e de outras, sexualmente transmissíveis. Quem sabe daqui a 10 ou 15 anos se as pessoas mudarem o comportamento sexual, aparecerá menos doenças, talvez", disse Ângela.Para informações sobre o teste do HIV, é preciso procurar os centros de testagem e aconselhamento de doenças sexualmente transmissíveis, postos de saúde ou a secretaria municipal da saúde.
G1
