Circuito Entrevista

Representante cuiabana no “The Voice” fala de sua carreira musical

Fotos: Divulgação Facebook

O barulho dos dedos apressados nos teclados dos computadores logo desapareceu, quando Lorena Ly chegou para ser entrevistada na redação do jornal Circuito Mato Grosso. Serena e com sorriso aberto chamou atenção de todos, que dedicaram um momento do trabalho à representante cuiabana do reality “The Voice Brasil”, da TV Globo. 

Entre os jornalistas da equipe, todos conheciam a sua voz pelo trabalho já realizado nas noites cuiabanas, mas agora, Lorena ganhou notoriedade com sua aparição no reality show nacional. Sua presença é marcante, assim como as apresentações nos palcos e a voz firme e encantadora.

Ao Circuito, Lorena contou um pouco de sua história e como sua família teve papel primordial para que ela entrasse na música e soltasse a voz pelos quatro cantos do Brasil com tanta maestria.

Além disso, a cantora mostrou que o programa global é apenas um dos passos que vem dando há oito anos em que se apresenta nas principais casas de show de Cuiabá. 

Circuito Mato Grosso: Lorena, conhecendo você um pouco, fica claro que a música faz parte de você. Isso vem da sua infância?

Lorena Ly: Eu nasci em Juscimeira, meu avô ajudou a levantar a cidade e ele era seresteiro gostava muito de noite, um verdadeiro boêmio. A música veio da minha família mesmo, minha família paterna é bem musical. Todo mundo canta na Igreja e em casa minhas referencias são meu pai e meu irmão. 

Meu pai sempre sonhou em ser musico ou jogador de futebol, mas acabou como gerente de empresas.  Eu comecei a cantar em casa com meu irmão, ele tirava o repertório e eu tirava a letra e com 13 anos nós fomos para um grupo de louvor (em Cuiabá desde um ano).

Eu fiz aula de violão, mas não tinha dom para instrumentos. E com 16 ou 17 anos eu participei de um festival em Campo Verde. Não ganhei, mas no outro ano fiquei em primeiro lugar. Um dos jurados era o músico Guapo, que me apresentou para os músicos de Cuiabá. O maestro Carlos Taubaté também me ajudou. Essas foram as primeiras pessoas que conheci. 

Logo em seguida em 2009, fui tirar férias em São Paulo e minha tia insistiu muito para eu ir para no Raul Gil e participei de alguns programas.

C.M.T.: Além do incentivo que veio de casa, quais são suas referências musicais? O estilo que mais se identifica artisticamente?

Lorena: Eu sempre gostei de música brasileira. O primeiro compositor que chegou até mim foi Djavan, meu pai ganhou um CD duplo dele e em casa não tinha som então tinha que escutar no carro, meu pai até me ensinou a ligar carro para não descarregar a bateria para eu escutar. Eu ficava horas dentro do carro até acabar. 

É a música brasileira sempre desde novinha, meu estilo é MPB, mas eu amo o samba. Na verdade, já cantei de tudo. Já fiz tributo a Amy [Winehouse]. Na verdade eu acredito que devemos conhecer tudo, para saber fazer o que a gente mais gosta. Caminhar por todos os lados. Então já cantei de tudo.

Eu descobri que eu queria a música mesmo quando eu tinha 17 anos no festival. Foi a primeira vez num palco com uma banda.

Tinha empregos fixos, mas teve uma hora que não deu para conciliar mais. Nunca sai da música.

C.M.T.: Após sua experiência em São Paulo, além da exposição nacional em um programa de TV, como você seguiu sua carreira?

Lorena: Voltei e comecei a trabalhar na Companhia Sinfônica, hoje eu não faço mais casamento e conheci os músicos quando a galera entrou em contato comigo para participar do musical a Ópera do Malandro Cabaré, em 2010. Em seguida fiz meu primeiro show em Cuiabá no Clube de Esquina, um tributo a Elis Regina. 

O Chorinho eu conheci em 2007 aonde eu me apaixonei eu entrei na casa e nunca mais sai de lá, foi onde eu dei minha primeira canja em Cuiabá cantando Elis Regina, minha maior referencia hoje. Já me apresentei em praticamente todas as casas de show em Cuiabá.

C.M.T.: Lorena, com oito anos de carreira, como você avalia o cenário musical em Cuiabá? Há muitos artistas? Falta incentivo?

Lorena: Esta acontecendo uma coisa muito boa aqui em Cuiabá, nós já estamos no eixo de grandes músicos como Rio de Janeiro e São Paulo. Musicalmente falando não perde para outras grandes capitais, mas é claro que faltam incentivos. Contudo, Cuiabá esta muito em alta lá fora, temos exemplos como a Bruna Viola, Ana Rafaela, Paulo Monarca e o Vanguart. Nós só estamos crescendo.

C.M.T.: Sobre o reality. Foi a primeira vez que você tentou entrar no “The Voice Brasil”? Após passar da primeira fase, a realidade condiz com suas expectativas anteriores?

Lorena: Na primeira edição eu não fiz minha inscrição, mas nos três anos seguintes, sim. Em 2013 passei, mas não obtive sucesso nas audições e em 2014 não fui selecionada, e agora eu consegui.  Ainda bem que eu não fui aos outros anos, pois hoje eu sou outra pessoa. Agora me sinto preparada para enfrentar qualquer batalha e desafio. São oito anos de carreira, então já tenho uma base maior.

A expectativa foi muito além do que eu pensava. São várias fases até chegar às audições. Eu tive três cadeiras viradas e eu só precisava de uma. Foi maravilhoso.

C.M.T.: Nas audições às cegas, três jurados viraram a cadeira para você. O que te levou a escolher a cantora Claudia Leitte como sua mentora no programa?

Lorena: A escolha pela Claudinha foi coisa de momento. Estava entre ela e o Brown e ela me conquistou ali, mas é muito coisa de momento. Estou feliz com a minha escolha, ela é um furacão como pessoa, arrasta multidões. Ela tem um carinho com o público enorme. São experiências que estou aprendendo com ela, também.

C.M.T.: Quando o “The Voice Brasil” estava te apresentando ao público, a edição destacou a relação entre você e seu esposo, o produtor musical, Joelson Conceição. Qual é o papel dele na sua carreira? E da sua família?

Lorena: O meu marido foi uma das coisas mais importantes que aconteceu. Depois que eu me casei eu me descobri como cantora, descobri a verdadeira música. Tudo que eu sei eu aprendi com o Joelson. Meu pai também é minha referência como pessoa e eles me apoiam muito.

C.M.T.: Sua aparição em rede nacional já surtiu algum resultado positivo com o público?

Lorena: Eu senti desde o primeiro segundo que eu apareci na Globo, a emissora tem uma visibilidade muito grande. Minha fanpage, no Facebook, foi para 10 mil seguidores. São pessoas do Brasil todo. Posso dizer que minha vida é antes do “The Voice“ e depois dele.

C.M.T.: Você é uma pessoa que gosta de ter metas para o futuro? Quais são seus planos?

Lorena: Trabalhar muito. Tem muita coisa boa para agora, depois do programa. Já temos um EP gravado com cinco canções autorais. Vamos entrar em estúdio para gravar novas músicas. Já tem uma produção trabalhando com vídeos e mídias sociais, como canal no Youtube. Só coisas boas. Trabalhamos todos os dias pensando lá na frente. 

Eu não me considero compositora, eu recebo muitas músicas de artistas de Cuiabá. Tem do meu esposo Joelson Conceição, das cantoras Luciana Bonfim, Estela Seregatti.

Não temos data ainda para o lançamento do EP. Vamos esperar terminar o programa, pois esse é o foco agora. 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.