O secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorward, disse nesta terça-feira (27) que das 94 escolas que serão fechadas e os prédios serão disponibilizados pela reorganização no ensino estadual, 24 ficam na capital. Elas poderão ser repassadas para a Prefeitura da Capital para se tornar creche, por exemplo. O secretário não detalhou quais unidades seriam liberadas.
Voorward disse ainda que a secretaria deverá divulgar até o final desta semana as escolas que serão alvo de reestruturação. "Oficialmente a secretaria até o final dessa semana vai apontar todas as escolas que deixarão de atender aquele público mas serão utilizadas de outra forma para a educação", afirmou.
"Um número muito significativo são escolas municipais, que estavam sendo compartilhadas e agora voltam para o município. Nós simplesmente vamos colocamos nosso aluno em outra escola. Essa lista até o final dessa semana vai estar à disposição", disse o secretário.
Ao todo, a reorganização do ensino vai disponibilizar 94 das 5.147 escolas do estado. No total 1.464 unidades estarão envolvidas na reconfiguração, mudando o número de ciclos de ensino que serão oferecidos.
Segundo a secretaria, 311 mil alunos terão de mudar de escola do total de 3,8 milhões de matriculados. A mudança atinge ainda 74 mil professores.
Professores da rede estadual de ensino viraram de costas para o Secretário Estadual de Educação de São Paulo, Herman Voorward, durante audiência pública na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (27). Na sessão está sendo discutido o projeto de lei do Plano Estadual de Educação, que vai definir as diretrizes na área pelos próximos dez anos.
Além do secretário, participou da audiência a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel. A entidade é contra a reorganização dos alunos das escolas estaduais por ciclo, medida detalhada nesta segunda-feira (26) pelo governo.
Uma das principais críticas diz respeito ao fechamento de 94 escolas estaduais, que ganharão outros usos na área de educação. A rejeição às mudanças anunciadas também levou o governador Geraldo Alckmin a ser vaiado nesta terça, durante visitada à cidade de Campo Limpo Paulista.
Na Assembleia, manifestantes começaram a vaiar e gritar palavras de ordem contra assim que o secretário começou a apresentar as propostas do governo.
Em agosto, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enviou à Assembleia Legislativa o projeto de lei 1038/2015, sobre o Plano Estadual de Educação.
A proposta deveria ter sido aprovada em 24 de junho, como estabelecido pelo Plano Nacional de Educação, sancionado em 2014. Mas ainda não foi aprovada pelos deputados estaduais paulistas.
A proposta apresenta 23 metas a serem cumpridas dentro dos dez anos de vigência da lei. Entre as metas, está a inclusão de um novo modelo de currículo para o Ensino Médio.
"Outra novidade é a proposta de criar um Centro de Estudos Avançados para a formação do professor, com parcerias com universidades (estaduais e federais), que garantam a certificação dos cursos", diz a Secretaria da Educação.
O Plano Estadual de Educação estabelece ainda metas para a alfabetização de crianças até o segundo ano do Ensino Fundamental.
Fonte: G1