Opinião

Religiosos e magistrados

Dois grupos de profissionais que permaneciam distantes das manchetes policiais e dos noticiários políticos negativos andam ocupando as páginas dos jornais: o magistrado e os religiosos.

Comecemos pelo segundo grupo. Os religiosos – padres, pastores e médiuns – começaram a frequentar o noticiário em 2018 com o escândalo do tarado João de Deus. Agora o João, julgado e preso, será confortado, ainda que à distância, pela Pastora Flordelis, como ele, dada a orgias sexuais. Esta aguarda somente a autorização dos seus colegas deputados para tirar umas férias no presídio Bangu 8, no Rio de Janeiro. Este foi um caso que envolveu o também pastor Anderson do Carmo, marido da consagrada religiosa, assassinado a mando dela.

Lá, embora de outra ala, a ministra do evangelho receberá o discurso de boas vindas do Pastor Everaldo, famoso líder cristão, muito próximo do presidente Bolsonaro, acusado pelo Ministério Público de meter suas abençoadas mãos na grana da viúva.

Mas, para não dizer que há perseguição contra religiões minoritárias a justiça já está apontando o caminho da prisão para o Padre Robson, acusado de desviar volumoso dinheiro dos devotos do Pai Eterno em Goiás.

Também envolvido com a justiça está o padre Ramiro de Carlinda (MT) pelas inacreditáveis e insultuosas idiotices que publicou sobre o aborto previsto em lei da menina de 11 anos estuprada pelo tio.

No Outro grupo – magistrados – a situação é um pouco diferente. Neste time nem todos foram alcançados pela justiça, mas alguns apareceram negativamente nos jornais.

Veja o caso local do Dr. Julier. Este abandonou a carreira de magistrado federal para tentar a sorte na política e não teve – pelo menos por enquanto – o sucesso planejado. Agora não pode voltar ao antigo status quo e nem consegue viabilizar-se na política.

Outro exemplo da turma da justiça que aparece negativamente no Mato Grosso e no País é o da juíza Selma que foi cassada no Senado. Esta foi mais previdente, aposentou-se antes de ir para a política.

O mais recente é o caso do ex-juiz Wilson Witzel do Rio de Janeiro que deixou o cargo para governar seu Estado e está a um passo da cassação do mandato e já com a proa voltada para o presídio estadual de Bangu 8.

Deixamos por último o ex-juiz e ex-ministro da justiça Sérgio Moro. O antes todo poderoso e ídolo nacional vem dia a dia tendo sua imagem desconstruída por uma forte atuação do governo Bolsonaro, dos empresários condenados por ele e dos políticos que estão decididos a cobrar-lhe as noites indormidas e os quilos de calmantes que tomaram por medo da implacável caneta do então juiz da Lava-Jato.

“Quando vires a barba de teu vizinho arder, põe a tua de molho” é um bom ditado a ser observado pelos religiosos gananciosos que querem entrar na vida do crime, achando-se impunes; e também para os magistrados, que mordidos pela mosca azul, sonham em trocar a austera toga pelos aplausos, salamaleques e rapapés da política.

Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor

renato@hotelgranodara.com.br

 

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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