O corte de 30% no orçamento da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) poderá atingir a prestação de serviços básicos, como os de água, energia elétrica e segurança. A estimativa é da reitora do campus em Cuiabá, Myrian Serra, que diz que dinheiro em caixa para 2019 terá redução de R$ 34 milhões. A UFMT tem hoje 25 mil estudantes.
“Com esse corte, nós não temos a garantia de honrar com nossos compromissos. É provável que alguns contratos não tenhamos mais condição de cumprir, e aí teremos que definir se pagaremos água, energia ou serviço de segurança, de limpeza e até mesmo de apoio administrativo”.
A avaliação preliminar feita pela reitoria é de que a redução de verba afetará seja assuntos administrativos ou benefícios que alunos e professores têm direito, por exemplo, passagem área para viagem internacional. Para este ano, o direito já estaria suspenso e além deste, outros gastos vão ser gastos discutidos com em reunião nesta quinta-feira (8), dentre eles as refeições ofertadas pelo restaurante universitário (RU) e serviços administrativos.
O corte de 30% foi anunciado na semana passada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, para universidades e institutos federais como medida após recuo do governo na exclusão de cursos das humanas da grade universitária, como sociologia e filosofia.
Em Mato Grosso, protestos de alunos e professores vêm sendo feitos ao longo desta semana. Amanhã (8), a reitora Myrian tem agenda prevista com professores, estudantes e profissionais administrativos para expor os efeitos da crise no Estado.
Na quinta-feira (9), professores participam de assembleia geral na Adufmat (Associação dos Docentes da UFMT) para discutir a conjuntura do país e definir se irão unir-se ao movimento nacional de greve contra as ações do governo. Uma paralisação está prevista para o próximo dia 15.
O reitor do IFMT (Instituto Federal Mato-grossense), William Silva de Paula, diz que o corte deve inviabilizar as propostas do instituto de oferta de cursos técnicos. Vinte e nove mil estudantes estão matriculados no IFMT em 2019. “Inviabilidade para a manutenção de nossos campi, capacidade de servidores, para trabalhar a pesquisa e projetos de extensão”.