A USP não sou eu, eu não sou a USP, sou apenas o reitor. A universidade é muito grande com um pensamento muito diversificado. A USP está reestudando o seu vestibular e o ingresso. Não que o vestibular atual seja ruim, mas temos de considerar outras participações. O Enem é uma possiblidade. O reitor acha razoável, mas depende do conselho universitário, é ele quem decide, afirmou Zago.
O pró-reitor de graduação da USP, Antonio Carlos Hernandes, já havia anunciado, em junho, que a USP estudava novos mecanismos de ingresso e que a instituição não gostaria que a Fuvest fosse a única porta de entrada dos alunos. Algumas das possibilidades, na ocasião, apontadas foram a seleção de alunos em olimpíadas científicas, além do trabalho direto com escolas para identificar talentos em várias áreas do conhecimento, preferencialmente na rede pública.
‘Todas as universidades brasileiras estão atrasadas’
Zago afirmou também na entrevista coletiva durante o evento, cujo tema é A Universidade do Século 21 Uma reflexão da Ibero-América, que todas as universidades brasileiras estão atrasadas. Nós precisamos rever a maneira como nos relacionamos com nossos alunos e que tipo de vida universitária eles têm. A vida universitária tem de ser mais focada no descobrimento das coisas, na compreensão do mundo do que no conhecimento acumulado. Esta é a mudança central.
Outro desafio na opinião do reitor, além de avançar no ensino da graduação, é treinar e motivar os professores. Ao longo dos anos, as universidades de modo geral, incluindo a USP, foram cada vez menos valorizando a atividade docente inovadora. É preciso criar condições para que os docentes que tenham dedicação especial sejam premiados e promovidos. Isso que pode fazer com que os cursos da USP se modernizem como precisam ser modernizados.
Pela primeira vez desde 2011, a USP perdeu o posto de melhor universidade da América Latina para a Pontifícia Universidade Católica do Chile (UC), segundo o QS Quacquarelli Symonds University Rankings divulgado em maio. A instituição enfrenta uma grave crise financeira e, por conta disso, em março, anunciou suspensão de obras e contratações. Segundo o reitor, gastos com a folha de pagamento atingem 105% do orçamento. Uma empresa foi contratada para fazer uma auditoria nas contas, mas ainda não há resultados.
G1