Um grupo de cerca de cem manifestantes ocupou o saguão de embarque do Terminal 1 do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (10), contra reintegração de posse que ocorreu nesta terça em um terreno de 250 mil metros quadrados no Parque Primavera, também em Guarulhos, onde moram. Cerca de três mil famílias, a maioria de bolivianos, argentinos e peruanos, moravam no terreno e a maioria não sabe para onde vai.
O protesto no aeroporto acabou no final da madrugada e por volta das 6h40 e depois, um grupo queimou lixo nos arredores do Parque Primavera e tentou impedir a entrada de carros da Polícia Militar. Segundo informações da GloboNews, a PM disparou balas de borracha e bombas de efeito moral contra manifestantes que tentaram atirar pedras.
O SPTV mostrou que ao menos duas pessoas foram atingidas pelas balas de borracha _uma adolescente de 14 anos, que disse estar retirando o fogão de sua casa, e um homem que estava em um ponto de ônibus.
Por volta das 10h, os moradores começaram a tirar os objetos que restaram. O trabalho de retirada deve ir até as 18h.
Prefeitura
A Prefeitura de Guarulhos informou, por meio de nota, que a reintegração estava acontecendo em área particular e nesses casos, "a responsabilidade de encaminhamento das famílias é do proprietário do terreno". Apesar disso, a administração municipal disse que colocou à disposição para acompanhar e orientar as famílias por intermédio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social.
De acordo com a prefeitura, 330 famílias foram inseridas em programas de transferência de renda, como Bolsa Família, Renda Cidadã, Benefício de Prestação Continuada (BPC) para deficientes, Bolsa Alimentação, etc.
"As 1.500 famílias estavam cientes que deveriam deixar a área até 9 de fevereiro. Portanto, o atendimento e encaminhamento dessas famílias foi anterior à reintegração", diz a nota.
Aeroporto
Os manifestantes passaram a maior parte da madrugada sentados no chão do Terminal 1, exibindo cartazes e fazendo muito barulho. Segundo a Polícia Militar (PM), a manifestação foi pacífica. O protesto não interferiu na operação do aeroporto.
Os manifestantes dizem que estavam negociando a compra do terreno com o proprietário, mas que foram surpreendidos com a notícia da reintegração. O grupo pedia a suspensão da reintegração de posse para continuar a negociação com o dono do terreno.
Fonte: G1