O mensageiro do hotel Saint Peter, José Ailton de Sousa, de 48 anos, que foi mantido refém por quase oito horas em um hotel de Brasília nesta segunda, disse que continua assustado com o que ocorreu e que não tem previsão para voltar ao trabalho.Não sei quando vou voltar. Estou com a cabeça muito confusa ainda, disse nesta terça-feira (30) ao G1.Sousa passou todo o tempo que durou o sequestro usando um colete com dinamites falsas e sob a mira de uma pistola de brinquedo por um homem que exigia reforma política no Brasil. O mensageiro, que mora no Novo Gama (GO) e trabalha no estabelecimento há três anos, afirma que não pretende dar detalhes sobre o caso.Já declarei tudo à delegada.
Segundo o delegado Paulo Henrique de Almeida, ele falou em depoimento que não sabia que a arma e o explosivo eram falsos e que sentiu medo.Ele foi claro em falar com a gente que ele ficou bem amedrontado. Disse: ‘Se eu soubesse que era falso, eu poderia até ter reagido’. Tinha policial por perto, se ele gritasse que não eram verdadeiros seria socorrido na hora.O advogado do sequestrador, Carlos André Nascimento, disse que o rapaz classificou a própria ação como uma "medida desenfreada" para "chamar a atenção da imprensa". Jac Souza dos Santos, de 30 anos, afirmou à defesa que se arrependeu dos atos cometidos nesta segunda-feira.
Acionado por familiares do sequestrador por volta do meio-dia, o advogado afirmou que Santos se disse "extremamente insatisfeito com a forma com que a política está ocorrendo no Brasil".Nascimento diz ter ouvido do cliente dele que ele não tinha intenção de oferecer risco a nenhuma vítima.O sequestrador prestou depoimento à polícia por cerca de duas horas. Segundo o delegado Almeida, ele ficou em silêncio por todo o tempo, ao ser questionado pelos policiais.
Ainda de acordo com Almeida, o o homem responderá por sequestro, com agravante de prejuízo moral à vítima. A pena varia de 2 a 8 anos de prisão, e não há possibilidade de fiança. O sequestrador ainda pode receber multa referente aos custos da operação, que envolveu mais de 150 policiais.
G1