O êxito do agronegócio é resultado de crédito, tecnologia e eficiência dos produtores, disse o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2017/2018 da instituição, que disporá de R$ 103 bilhões.
Mas é também fruto da tomada de decisões adequadas na hora certa, pois, se não houver financiamento da safra no momento certo, “não adianta São Pedro”, destacou o ministro da Agricultura, Blairo Baggi, na mesma cerimônia. E é consequência de uma atuação firme na busca de mercados, que se conquistam “na cotovelada e na botina”, como acrescentou o ministro, em linguagem franca. Essa combinação tem funcionado de maneira exemplar até agora, como se pode constatar em números recentes sobre produção e exportações do agronegócio, que “tem sido fundamental no esforço de retomada” do crescimento, como observou o presidente do Banco do Brasil.
Os dados são, efetivamente, animadores. As exportações do agronegócio alcançaram US$ 9,27 bilhões em junho, com aumento de 11,6% em relação ao resultado de um ano antes. As importações, de sua parte, cresceram 6,1% nessa comparação, chegando a US$ 1,16 bilhão em junho. Daí resulta um superávit comercial de US$ 8,12 bilhões no mês, o segundo melhor resultado de junho na série calculada pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura (o maior saldo, de US$ 8,40 bilhões, foi alcançado em 2014).
O complexo soja (grão, farelo e óleo) liderou as vendas em junho, quando respondeu por 41,7% do total das exportações do agronegócio. Em seguida aparecem, pela ordem, o complexo sucroalcooleiro e o setor de carnes.
No primeiro semestre, o agronegócio registrou saldo comercial de US$ 40,8 bilhões e, em 12 meses até junho, de US$ 73,2 bilhões. É, de longe, o principal responsável pelos bons resultados que a balança comercial vem apresentando. O ministro da Agricultura elogiou o trabalho dos diplomatas brasileiros que atuam no exterior na preservação e ampliação de mercados para os produtos agropecuários e agroindustriais aqui produzidos.
Além de sustentar os saldos da balança comercial, a produção agrícola vem assegurando o abastecimento interno e contribuindo para manter a inflação em níveis baixos, graças à supersafra. Em sua mais recente estimativa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu que a safra brasileira de grãos de 2016/2017 pode alcançar 237,22 milhões de toneladas, o que corresponderia a um aumento de 27,1% sobre o total de 186,6 milhões de toneladas da safra anterior. É o resultado, segundo a Conab, da combinação de condições climáticas favoráveis e do aumento da produtividade média em todas as culturas.
Com outra base de cálculo, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou a safra de grãos em 240,3 milhões de toneladas, com aumento de 30,1% sobre a produção de 2016.
No estudo da Conab, soja e milho destacaram-se no ganho de eficiência, graças ao alto nível de aplicação tecnológica. A produtividade da soja subiu de 2.870 kg/ha para 3.362 kg/ha e a do milho, de 4.178 kg/ha para 5.522 kg/ha. Os ganhos de produção e de produtividade que têm assegurado safras crescentes resultam da constante busca de eficiência pelos produtores, dentro e fora das porteiras das fazendas, e do apoio científico e tecnológico propiciado por instituições públicas, especialmente a Embrapa.
Os recursos reservados pelo Banco do Brasil para a concessão de crédito ao setor de agronegócio no Plano Safra 2017/2018 serão 30% maiores do que os aplicados na safra anterior. Do total de R$ 103 bilhões, R$ 91,5 bilhões serão aplicados em crédito rural para produtores e cooperativas, sendo R$ 72,1 bilhões para operações de custeio e comercialização e R$ 19,4 bilhões para investimento. Os restantes R$ 11,5 bilhões serão destinados a empresas da cadeia do agronegócio. O banco responde por cerca de 60% do crédito concedido ao agronegócio do País.