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Reconstituição mostrará de onde partiu tiro que matou Cláudia Ferreira

 
– Temos algumas dúvidas e divergências. O perito vai posicionar todos os personagens para a gente chegar à conclusão se ela foi alvejada por policiais ou bandidos. Não temos a expectativa de determinar o calibre e o tipo de arma. Isso não foi possível esclarecer porque não temos o projétil.
De acordo com o delegado, o principal ponto da reconstituição é determinar o local do confronto, mas toda a ação daquele dia será reconstruída:
– Desde o ponto em que começou a operação, o confronto e a saída da viatura socorrendo a vítima. Se o perito achar imprescindível, também faremos o trajeto pela Avenida Brasil – disse o delegado.
 
De acordo com ele, o laudo pericial deverá ser concluído em 30 dias. Se não surgir um fato novo, será possível elaborar o relatório final, que será submetido ao Ministério Público. Ainda de acordo com o delegado, o trabalho de reconstituição deverá durar pelo menos 4 horas.
 
Carro da Core entrou primeiro
Um carro blindado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) dá apoio à ação e foi o primeiro a entrar na favela. As equipes da Polícia Civil só foram depois do sinal verde dos agentes.
Os oito policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) que participaram da operação na comunidade estão na comunidade, inclusive o tenente Rodrigo Medeiros Boaventura e o sargento Zaqueu Teixeira Bueno, que foram presos após a morte de Cláudia. Além deles, participará da reconstituição o traficante Ronald Santos, que foi preso acusado de ter participado do tiroteio no Morro da Congonha na ocasião.
 
De acordo com os policiais, a reconstituição, além de tentar descobrir como Cláudia foi baleada, tentará esclarecer a morte do adolescente William Possidonio, também baleado na comunidade.
O advogado Nélio Andrade, que representa o o tenente Rodrigo e sargento Zaqueu, afirmou que os policiais são inocentes.
O tiro não saiu da arma do tenente nem do sargento. E de nenhum PM. Nenhum perito disse que tipo de projétil atingiu aquela senhora. Sabemos que, quando a polícia entra nas comunidades, os bandidos atiram na população para colocar na conta dos policiais. Os policiais agiram em legítima defesa. Confio na perícia que vai apurar a responsabilidade de cada um. Vamos aguardar disse o advogado.
 
Cláudia morreu após ter sido baleada durante uma operação em Madureira e teve o corpo arrastado por um carro da Polícia Militar que a levava até um hospital.
A reconstituição é um instrumento da investigação que consiste em reunir, no local do fato, policiais que participaram da ocorrência. Na presença da autoridade policial e de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), a versão apresentada pelos policiais em depoimento terá a sua veracidade testada. Segundo o delegado, a reprodução simulada deve ser feita após a produção de todos os meios de prova, com o objetivo de dar prosseguimento às investigações e somar os elementos para a conclusão do inquérito.
 
OGLOBO

Redação

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