Depois de 46 horas, a rebelião na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), na região central do Paraná, apresenta o primeiro indicativo de que pode estar chegando ao fim. Conforme a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), por volta das 10h desta quarta-feira (15), os presos concordaram em terminar a rebelião assim que 28 detentos sejam transferidos. A Seju já iniciou o processo de transferência para uma penitenciária de Santa Catarina e outras unidades do interior do Paraná, que não serão divulgadas.
A rebelião começou às 11h30 de segunda-feira (13) quando presos renderam 13 agentes penitenciários e outros detentos durante o transporte para um canteiro de trabalho. Até as 10h desta quarta, a Seju informou que nove agentes continuavam sob o poder dos presos. No entanto, o tenente da Polícia Militar (PM), Fábio Zarpellon, afirma que o número de agentes reféns continua sendo dez, desde que o último foi libertado na noite de terça-feira (14).
Segundo Zarpellon, além da transferência dos presos, outras reivindicações foram ajustadas, como melhorias na alimentação e nas condições físicas dos detentos. O tenente ainda informa que os demais pedidos estão sendo analisados.A partir disso, os presos concordaram em se entregar de maneira pacífica, mas vai levar algum tempo até que os policiais consigam entrar na penitenciária e trabalhar de forma segura para todos, explica. O processo de rendição iniciou por volta das 9h. "Agora, começa o processo de maior risco, mas acreditamos que até o fim do dia a rebelião tenha chegado ao fim", acredita.
A penitenciária abriga 240 detentos e trabalha com um modelo em que os presos podem estudar e trabalhar no local. Esta é a primeira rebelião na PIG, que foi inaugurada há 15 anos. Conforme a vice-presidente do Sindarspen, a unidade já foi exemplo de penitenciária para o país. "Na PIG, só entravam presos que gostariam de se ressocializar. Existia uma seleção para isso. Hoje, não existem mais critérios. Entram presos perigosos, que participaram de outras rebeliões, e que conseguem disseminar a revolta entre os outros detentos quando algo não os deixam satisfeitos lá dentro", alega.
G1