Mas novos testes terão de ser realizados, já que a área de cobertura do sinal digital não foi considerada completamente satisfatória.
“Diminuir a área de cobertura é excluir, e não podemos ter um sistema de rádio digital que cubra menos que o sistema analógico. Se conseguirmos vencer essa etapa e ter um sistema que possa cobrir o mesmo que se cobria no analógico, dá para avançar nas outras discussões”, explicou o diretor de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Octavio Pieranti.
A digitalização do rádio vai possibilitar melhor qualidade de áudio e recursos como a multiprogramação (várias programações em um mesmo canal) e o envio de informações por meio de mensagens de textos que poderão ser lidas em um visor no próprio aparelho. Com a digitalização, o sinal do rádio poderá ser recebido diretamente em computadores, telefones celulares, tablets e televisores.
Pieranti explica que, ao contrário da digitalização da televisão, não existe a previsão de um desligamento total do sistema de rádio analógico. “Por enquanto, vamos manter [as duas tecnologias]. É claro que quando se fala em uma tecnologia dessas, um dia se espera desligar. Mas esse dia, no caso do rádio, é imprevisível neste momento”, acrescenta.
Os testes para a implantação do novo sistema são acompanhados pelo Conselho Consultivo do Rádio Digital, formado por representantes da sociedade civil, do governo federal, do setor de radiodifusão (comercial, educativa, comunitária e pública), da indústria (recepção, transmissão e audiovisual), das instituições acadêmicas e dos anunciantes. A próxima reunião está marcada para o dia 28 de fevereiro.
A gerente de rádios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Taís Ladeira, defende que a digitalização do rádio brasileiro seja feita para todas as frequências, inclusive as ondas curtas. Segundo ela, a empresa vai trabalhar para que a digitalização do rádio seja uma possibilidade de universalização da comunicação pública.
“Não podemos fazer com que os cidadãos brasileiros sejam separados em primeira e segunda classe: os de primeira classe, dos centros urbanos, que recebem qualidade digital nas FMs e os de segunda classe, das localidades mais remotas, que não podem ter uma comunicação em ondas curtas com qualidade digital e com toda a capacidade de interatividade que o rádio digital vai trazer”.
Fonte: Agência Brasil