Eles atuavam em condições análogas à escravidão. A maioria é do Piauí e se mudou para o estado em busca de emprego, de acordo com Damil Vaz, gerente regional de Trabalho e Emprego.
"Eles não tinham refeitório e comiam embaixo de tratores, caminhões", disse Vaz. Segundo ele, o local foi interditado após denúncia da Polícia Civil de Itiquira. "A empresa não fornece roupas de cama, materiais de higiene pessoal, também não tem ninguém para fazer limpeza nos alojamentos", frisou. Os empregados também atuavam com uma carga horário de trabalho "exaustiva" e não contavam com nenhum meio de transporte para conduzí-los até a cidade.
Agora, segundo o delegado, será mantido contato com a empresa que contratou os trabalhadores para fazer a extração de madeira de eucalipto para lenha. A empresa deverá pagar os salários aos trabalhadores, incluindo as verbas rescisória e multa de 40% do FGTS.
Caso essa empresa se recuse a efetuar o pagamento, o gerente do Trabalho informou que as três empresas, ou seja, a dona da propriedade, a responsável pelo arrendamento e a que contratou os empregados para a retirada da lenha, deverão assumir a dívida com os trabalhadores. Depois disso, eles deverão retornar de ônibus às cidades de origem. As empresas também deverão ser multadas.
Ao todo, 20 pessoas estavam trabalhando no local. No entanto, somente 15 estavam em situação degradante. "Os outros cinco estão em outros alojamentos, pois são cozinheiros e responsáveis pelo trabalho", disse Vaz. Alguns trabalhadores resgatados já estavam no local há mais de ano e outros tinham chegado há cerca de um mês.
O gerente de Trabalho e Emprego explicou que os trabalhados na fazenda só poderão ser retomados após as adequações necessárias apontadas pela Superintendência.
Fonte: Primeira Hora