Para o governo "não basta ter meu marido preso, mas agora está me atacando", declarou Lilian Tintori em entrevista a meios de comunicação estrangeiros, durante uma viagem por Estados Unidos e Europa para denunciar a detenção injusta de seu marido e a ditadura na Venezuela.
Tintori rejeitou as acusações contra ela de funcionários do governo de Maduro, que a apontaram como responsável pela logística dos acampamentos de estudantes e opositores em Caracas que foram desmantelados em uma operação militar há uma semana.
"Isso me dá muito medo, porque meus filhos querem a mãe e eu amo meus filhos", declarou em referência a uma menina de quatro anos e a um bebê de um ano que tem com López, preso desde 18 de fevereiro acusado de instigar a violência nos protestos opositores, que já se prolongaram por mais de três meses e deixaram 42 mortos.
"Não apenas querem destroçar meu país, mas também a minha família. Querem me destruir moralmente, assim como fizeram com muitas venezuelanas. E vocês sabem? Não vão conseguir", disse Tintori, que na tarde de quarta-feira participou de um evento no Miami Dade College, abarrotado de venezuelanos que a aplaudiram.
Tintori mostrou ceticismo em relação ao diálogo travado na Venezuela para tentar buscar uma solução para a crise, e que ficou em ponto morto depois que a oposição saiu da mesa e declarou que só voltará quando o governo mostrar vontade de avançar.
"Acredito no diálogo e na negociação desde que existam condições", como a libertação dos presos políticos e o desarmamento de grupos armados próximos ao governo, disse.
"Sem estas condições o diálogo não funciona. Já vimos isso, um mês se passou e nada aconteceu. Com a ditadura é difícil de alcançar um diálogo se não existirem condições", ressaltou.
G1