Mix diário

Quem assinou urgência para anistia decidiu ‘romper com o governo’, diz Lindbergh

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, fez críticas aos deputados de partidos da base do governo Lula que assinaram o requerimento de urgência para o “PL da anistia”, protocolado na segunda-feira, 14.

O projeto prevê o perdão a pessoas condenadas pelo ataque às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Das 262 assinaturas coletadas para pedir que ele seja votado em regime de urgência, 146 são de parlamentares do União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD e MDB, partidos que têm ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista à GloboNews na terça-feira, 15, Lindbergh afirmou que o governo deve cobrar os parlamentares em questão, responsáveis por mais da metade (56%) do apoio ao pedido de tramitação urgente.

“Não é o governo que está retaliando, é o deputado que está fazendo opção de romper com o governo. Não é razoável o governo aceitar alguém que queira anistiar quem tentou matar o Lula”, afirmou.

Para o deputado, quem assinou o requerimento “está se associando a um projeto criminoso de rasgar a Constituição para tentar uma anistia de toda força para o [ex-presidente Jair] Bolsonaro”. O União Brasil é responsável por 40 das assinaturas, seguido por Progressistas (35), Republicanos (28), PSD (23) e MDB (20).

O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados acrescentou que a apresentação do pedido de urgência “não muda rigorosamente nada”. “Eles estão dando como fato que conseguir as assinaturas, significa que o projeto será pautado. Isso é falso”, declarou, dizendo ainda não acreditar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), vá colocar o projeto para votação.

A posição é compartilhada pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann (PT). Gleisi disse ao Estadão que “Conseguir assinatura para tramitação em regime de urgência não quer dizer que o projeto vá para a pauta” e que acredita na palavra de Motta de que o texto não será pautado.

Segundo apurado pela Coluna do Estadão, o presidente da Câmara busca um acordo costurado entre os Poderes como como solução alternativa para o impasse. O plano já foi mencionado ao presidente Lula e a pelo menos cinco ministros do STF.

Ele também tem como uma de suas promessas de campanha não pautar requerimentos de urgência com frequência, para valorizar o trabalho das comissões da Casa. Quando um projeto é votado nesse regime, ele pula a discussão nas comissão e é apreciado diretamente pelo plenário.

Estadão Conteudo

About Author

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Você também pode se interessar

Mix diário

Brasil defende reforma da OMC e apoia sistema multilateral justo e eficaz, diz Alckmin

O Brasil voltou a defender a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) em um fórum internacional. Desta vez, o
Mix diário

Inflação global continua a cair, mas ainda precisa atingir meta, diz diretora-gerente do FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva disse que a inflação global continua a cair, mas que deve