Cidades

Queda de 50% nas exportações prejudica MT

A cultura da soja no Brasil iniciou-se no Rio Grande do Sul e Paraná e posteriormente, na década de 1980, aumentou sua área de produção na região Centro-Oeste, sobretudo em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo o instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o agronegócio responde por 50,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no Estado. De caráter eminentemente exportador, a soja verificou uma queda de 50,1% nas vendas para o exterior, no período de janeiro a abril de 2015.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De janeiro a abril de 2015 a exportação do item “soja, mesmo triturada, exceto para semeadura” registrou movimentação de US$ 1,59 bilhão – bem menor do que a cifra verificada no mesmo período de 2014, onde o mesmo produto gerou negócios superiores a US$ 3,2 bilhões. O “milho em grão, exceto para semeadura” teve ligeira queda (0,33%).

O produto “carnes desossadas de bovino, congeladas” também verificou retração. De janeiro a abril desse ano, a exportação da proteína animal movimentou US$ 257,09 milhões – 24,2% menos do que no mesmo período de 2014, cujos negócios foram da ordem de US$ 339,19 milhões.

Se por um lado a queda nas exportações da soja representa um baque para um dos principais produtos brasileiros, e carro-chefe dos empresários do agronegócio mato-grossense, os produtores no campo no Estado reclamam do aumento de custos e do preço da saca da soja comercializada no país.

Laércio Lenz é produtor de soja e presidente do Sindicato Rural de Sorriso, uma das principais cidades do agronegócio mato-grossense, distante 418 km de Cuiabá. De acordo com Lenz, a safra 2014/2015 ainda tem um preço satisfatório, ponderando, no entanto, que na produção 2015/2016 o aumento de custos já vem preocupando os produtores. Segundo ele, a variação cambial deve aumentar as despesas entre 15% e 20%.

“Pela safra passada o preço está dentro do esperado. Mas na próxima o valor da saca está ruim. Deve haver um aumento entre 15% e 20%, principalmente pela compra de insumos. O custo subiu em virtude do dólar”, avalia.
Ele afirma ainda que a presença de multinacionais no campo – como a Cargill, por exemplo – ”faz parte do cenário econômico”, mas criticou a fusão dessas empresas estrangeiras, afirmando que a prática pode significar “um monopólio de organizações” na produção rural.

“As empresas multinacionais têm um papel importante. O lado ruim é que algumas delas podem se fundir, formando monopólios”.   

Diego Fredericci

About Author

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.