Como disse Rubem Alves, “temos muitos hóspedes dentro de nós”, ao longo de nossa história encenamos papéis para sobrevivermos: quando crianças, começamos com a boazinha, a doentinha, a líder, a danadinha, a coitadinha, a fofinha, etc. Crescemos e apenas mudamos os nomes, mas continuamos a encenar esses papéis que na maioria das vezes nos impedem de crescer.
Nesta semana li um artigo que dizia: “As experiências, em si mesmas, não são um problema. De muitas formas, a vida é uma experiência após a outra, algumas belas e algumas dolorosas. O que causa sofrimento e distorce a nossa habilidade de perceber a nossa natureza Absoluta é o nosso 'apego' às experiências” –Adyshanti – e uma das razões pelas quais nos ‘apegamos’ a elas é a culpa. Eckart Tolle diz: “..Você se sente culpado por algo que fez ou deixou de fazer no passado? Uma coisa é certa: você agiu de acordo com o nível de consciência ou de inconsciência que tinha na época. Se estivesse mais alerta, mais consciente, teria agido de outra maneira. A culpa é outra forma que o ego tem para criar uma identidade. Para o ego não importa que essa identidade seja negativa ou positiva. O que você fez ou deixou de fazer foi uma manifestação de inconsciência, que é natural da condição humana. Mas o ego personifica a situação e diz "Eu fiz tal coisa" e assim cria uma imagem de si mesmo como "ruim, falho e insuficiente".
A História mostra que os seres humanos cometeram inúmeros atos violentos, cruéis ou prejudiciais contra os outros e continuam a cometê-los. Será que todos os seres humanos devem ser condenados? Será que são todos culpados? Ou será que esses atos são apenas expressões de inconsciência, um estágio no processo de evolução do qual estamos nos libertando? As palavras de Cristo "Perdoai-os, Senhor, pois eles não sabem o que fazem" podem ser usadas em relação a você.”
Esta semana percebi o quanto alimentava um dos meus rótulos, só consegui perceber porque os eventos se repetem e os sentimentos também. Esse foi um dos grandes benefícios que a meditação me trouxe, enxergar a minha mente pensando e saber que ela está condicionada a pensar desta forma, e se eu criei esta forma de pensar posso criar outras. O primeiro passo é enxergar. Reflita por alguns minutos, liste alguns rótulos negativos e positivos, quais te limitam e quais te impulsionam? Escolha um negativo para ser trabalhado nesta semana, como disse Gandhi “Você nunca sabe os resultados que virão da sua ação, mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”
Namastê