A bacharel em Direito Patrícia Guimarães Ramos usou as redes sociais no sábado (12) para desabafar sobre os dois meses de morte da filha Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos.
A adolescente foi morta com um tiro no rosto disparado por uma arma segurada pela melhor amiga. O caso ocorreu no Condomínio Alphaville, em Cuiabá, no dia 12 de julho, um domingo.
De acordo com a mãe, durante esses dois meses, ela revive a cena em que presenciou a filha morta estirada ao chão do banheiro do quarto da amiga e vizinha.
“Hoje completa 2 meses que minha filha foi assassinada de maneira cruel, atroz e covarde”, afirmou a mãe.
“Fico repetidas vezes voltando àquele dia fatídico, em que a encontrei morta num chão frio de banheiro e me pergunto todo o tempo: por quê? Que espécie de ‘amiga’ é essa capaz de atirar para matar, que se acha no direito de tirar a vida de alguém, se livra da arma e logo em seguida com a maior frieza ainda toma banho, descartando a própria roupa?”, completou em postagem no Instagram.
Segundo as investigações, a adolescente apontou a arma e atirou a uma distância de 20 cm a 30 cm do rosto de Isabele. Após o disparo, a menina guardou a arma em um case e o deixou dentro do guarda-roupas dos pais.
A mãe ainda relatou que vive momentos de dor e tristezas diários com a perda da filha.
“Eu a recebi sempre em minha casa com maior carinho, atenção e teria cuidado dela como se minha filha fosse. Acordar todos os dias sem a Bele, saber que jamais ela irá voltar, que nunca mais vou poder ouvir a voz, o choro, o cheiro, a emoção, a alegria e o sorriso vibrante dela é causa de tamanha dor e tristeza na minha alma”, afirmou a mãe.
Indiciamento
A Polícia Civil concluiu que a adolescente que atirou contra Isabele cometeu um ato infracional análogo a homicídio doloso.
“Para nós, essa conduta de apontar a arma para amiga, a gente acha que a conduta é dolosa, por no mínimo saber do risco. Ela era uma adolescente treinada e capacitada”, disse o delegado Wagner Bassi, titular da Delegacia Especializada no Adolescente.
O pai da adolescente, o empresário Marcelo Cestari, de 46 anos, foi indiciado pelos crimes de posse de arma de fogo, entregar arma a adolescente, homicídio culposo e fraude processual.
Somadas, as penas previstas para os crimes atribuídos ao empresário podem chegar a 14 anos de detenção, mais multas.