Quatro pessoas foram condenadas a um total de 147 anos, sete meses e 22 dias de prisão pelo Tribunal do Júri da comarca de Colniza (a 1.065 km de Cuiabá), por envolvimento em um duplo homicídio qualificado e organização criminosa. O crime ocorreu em abril de 2023 e chocou a região pela brutalidade: uma das vítimas foi morta com um tiro na cabeça, enquanto a outra foi enterrada viva e morreu por asfixia.
O julgamento, que durou dois dias e somou cerca de 26 horas de sessão, resultou em penas de 40 anos, nove meses e 27 dias para M.W.; 39 anos, sete meses e 28 dias para E.M.N.; 37 anos, sete meses e 28 dias para A.S.M.; e 30 anos, três meses e 29 dias para J.V.L. Os quatro réus também foram condenados ao pagamento das custas processuais e iniciarão o cumprimento das penas em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.
Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), seis pessoas foram inicialmente denunciadas pelos crimes. Uma mulher foi absolvida pelo Tribunal do Júri e outro acusado teve o processo desmembrado devido à ausência justificada de seu advogado, por motivo de saúde. Durante o processo, os crimes de cárcere privado e tortura foram reconhecidos como qualificadoras do homicídio.
De acordo com a denúncia, as vítimas, identificadas como É.L.S. e E.S.D., foram torturadas e mortas por integrantes de uma facção criminosa sob a acusação de vender drogas sem autorização do grupo. As investigações apontaram que o crime foi premeditado e executado de forma coordenada pelos membros da organização, que atuavam para impor controle sobre o tráfico local.
O promotor de Justiça substituto Bruno Barros Pereira, responsável pela acusação, destacou a importância da condenação. “Mesmo diante de um júri difícil, com a complexidade de um duplo homicídio e a presença de uma organização criminosa, conseguimos levar a Justiça a um veredito que afirma o valor inegociável da vida humana. Esta condenação é uma resposta firme da sociedade de Colniza à criminalidade organizada”, afirmou.



