Política

Quanto mais, melhor. Era um saco sem fundo, revela Zílio

Com Valquíria Castil

Ao ser interrogado nesta sexta-feira (26) no Fórum de Cuiabá dentro do processo que apura crime de lavagem dinheiro (Operação Sodoma II) , o ex-secretário de estado César Zílio confessou ter feito parte de um esquema que lesou os cofres públicos na gestão do então governador Silval Barbosa. Na delação premiada, Zílio afirmou que o valor da propina não tinha parâmetros e que sofria ameaças veladas para manter segredo sobre a organização criminosa.

Quanto mais, melhor. Era um saco sem fundo, revelou Zílio, relatando ainda que ouvia comentários em tom ameaçador pelos corredores do Palácio Paiaguás que poderia amanhecer “com a boca cheia de formiga” caso o esquema viesse à tona.

O ex-secretário afirmou, dentre outros, que pode ter utilizado dinheiro de propina para adquirir um terreno na Avenida Beira Rio e para construir sua residência, uma mansão no condomínio Florais. Zílio confessou que recebia uma média de R$ 500 mil por mês da Consignum, empresa que concedia empréstimos para servidores mediante desconto em folha de pagamento.

O dinheiro era levado, em espécie e cheques, para o ex-governador Silval Barbosa. “Eu levava o dinheiro sempre no final da tarde e deixava num armário do banheiro do seu gabinete”, contou.

Zílio ainda afirmou que 70% da propina ficava com Silval Barbosa e ele pegava os outros 30%. Ambos estão presos no Centro de Custódia de Cuiabá.

Sandra Carvalho

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