Em um dia no qual emendou uma maratona de eventos e recorreu a improvisos em discursos oficiais, o presidente Michel Temer afirmou que a aterrissagem da aeronave presidencial é mais suave quando conduzida por uma mulher.
Segundo ele, que falava a uma plateia de oficiais do sexo feminino, a diferença se deve, talvez, porque a pista de pouso "reconhece o elemento feminino".
"Eu já percebi que quando ela [oficial] pilota o avião presidencial, a descida é mais suave. Eu não sei se a pista reconhece o elemento feminino, mas o fato é que toda vez eu fico observando e a aterrissagem é muito suave. O que significa que a presença da mulher, além de ser de uma força extraordinária, também tem uma suavidade sensível, uma suavidade que todos podemos perceber", disse.
O presidente ressaltou que a luta das mulheres pela igualdade de gênero é um movimento que "vai crescendo, crescendo, crescendo, até atingir o seu ápice".
Em março, Temer causou polêmica ao afirmar que tem "convicção do quanto a mulher faz pela casa" e da importância da figura feminina para a formação dos filhos que, segundo ele, é "seguramente" de responsabilidade da mãe.
Mais cedo, em almoço com generais das Forças Armadas, o presidente disse também que a sociedade brasileira não tem muito apreço pela hierarquia e pela organização. Ele fez a análise quando elogiava a disciplina e o respeito às regras dos oficiais militares.
"O Brasil se posicionou no mundo de maneira muito positiva em função da presença disciplinada, hierarquizada e organizada das Forças Armadas. E nós no Brasil, convenhamos, não temos muito apreço pela hierarquia, no geral, pela organização", disse.
Influências
No mesmo discurso, o presidente criticou o fato de gerar especulações encontros entre representantes do Executivo e do Judiciário. Segundo ele, achar que ele é capaz de influenciar um ministro é algo "desmoralizante" para o magistrado.
"Se alguém do Executivo fala com alguém do Judiciário, já gera uma especulação, o que é desmoralizante para quem ouve. Se eu falo com alguém do Judiciário e sou capaz de influenciá-lo a ponto dele mudar uma opinião pessoal ou jurídica, é porque ele não se presta ao cargo que exerce", disse.
Desde que assumiu o Palácio do Planalto, Temer se reúne frequentemente, em encontros fora da agenda oficial, com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. O ministro, que também integra o Supremo Tribunal Federal, se tornou um dos principais conselheiros do presidente sobre questões jurídicas.