O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repetiu nesta terça-feira (7) considerar que a taxa Selic está “excessivamente restritiva”, mas ponderou que faz essas observações com o intuito de “ajudar.” Ele participou do programa Bom Dia, Ministro, da EBC, ligada ao governo.
“Eu tenho dito que, na minha opinião, a taxa de juros está excessivamente restritiva. Isso é um desrespeito ao Banco Central? Não, o Banco Central tem o trabalho dele, e eu tenho um respeito institucional, independentemente de quem seja o presidente”, disse o ministro.
Haddad lembrou que o chefe da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, foi secretário-executivo da Fazenda na sua gestão, e foi indicado ao BC com o seu aval. “Não tem problema duas pessoas civilizadas conversarem, e convergirem ou não, sobre determinados temas”, ele disse.
Segundo o ministro, é legítimo a Fazenda opinar sobre o tema. Além disso, o BC já consulta diversas informações para tomar suas decisões. Na avaliação de Haddad, quanto mais informações houver, melhores as decisões que a autoridade monetária será capaz de tomar.
“O papel da Fazenda é fazer chegar as informações da economia que estamos enxergando”, ele disse. “Nossa obrigação, inclusive, é fazer chegar essas informações ao comitê que define a taxa Selic, e nós estamos fazendo o nosso trabalho. A decisão é deles, mas o nosso papel é incrementar o fluxo de informações, para que as decisões sejam as mais técnicas e benéficas possíveis.”