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Por G1
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o bombardeio dos EUA a uma base aérea do governo sírio é uma "agressão contra um Estado soberano", baseado em "pretextos inventados", informou o Kremlin na manhã desta sexta-feira (7), segundo agências de notícias russas.
"O presidente Putin acredita que o bombardeio dos EUA contra a Síria é uma agressão contra um Estado soberano em violação das normas do direito internacional", disse o porta-voz Dmitri Peskov Kremlin.
O líder da Rússia acrescentou que "vê nos ataques uma tentativa por parte dos EUA de desviar a atenção da comunidade internacional das muitas vítimas entre a população civil no Iraque", onde tropas americanas lideram uma operação militar contra o Estado Islâmico.
Relações EUA-Rússia
Segundo o porta-voz do Kremlin, a atitude de Donald Trump prejudica as relações entre os Estados Unidos e Rússia. "Esta ação de Washington causa um dano considerável nas relações russo-americanas, que já se encontram em um estado lamentável", disse, segundo a agência France Press.
"E o mais importante, como considera Putin, é que não nos acerca do objetivo na luta contra o terrorismo internacional, mas, ao contrário, cria um importante obstáculo para formar uma coalizão internacional antiterrorista", disse Peskov.
O Kremlin insistiu que "o Exército sírio não dispõe de arsenais de armas químicas, cuja destruição foi supervisionada e confirmada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas".
Logo após o ataque, o Pentágono informou que as forças russas que atuam na Síria foram comunicadas sobre o ataque com antecedência e que setores da base onde havia russos foram evitados e não foram atingidos.
O chefe do Comitê de Defesa do Parlamento russo disse que a Rússia irá convocar uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU após o ataque aéreo dos EUA à Síria e que a ação pode enfraquecer o combate ao terrorismo no país, segundo a Reuters, que cita a agência russa RIA.
Bombardeios à Síria
Os Estados Unidos lançaram 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea na Síria na noite desta quinta, em resposta a um suposto ataque químico que teria matado mais de 80 pessoas nesta semana. O balanço de mortos no bombardeio ainda está indefinido, mas as agências internacionais falam entre quatro e nove vítimas.
O ataque é a primeira ação direta dos EUA contra o presidente sírio, Bashar Al-Assad. Trata-se de uma mudança significativa na ação americana na região, pois até então os EUA apenas vinham atacando o Estado Islâmico.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), de oposição a Assad, informou que a base síria bombardeada pelos Estados Unidos foi “quase” totalmente destruída.