O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad assumirá a coordenação do programa de governo para a eventual campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, em 2018. Eles se reuniram nesta segunda-feira (18).
O economista Márcio Pochmann e o ex-deputado Renato Simões também foram escalados para a tarefa. A decisão foi tomada pelo PT sob o impacto do agendamento, para o dia 24 de janeiro, do julgamento de recurso protocolado por Lula junto ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª região) no caso do tríplex do Guarujá.
Condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão, o ex-presidente recorreu. No PT, a previsão era de que o TRF-4 só se manifestasse depois do Carnaval. Mas a data da sessão foi marcada em tempo recorde.
O anúncio de Haddad é uma tentativa de reforçar a ideia de que a candidatura de Lula será mantida qualquer que seja o resultado do julgamento.
No sábado (16), o partido aprovou resolução em que afirma estar "absolutamente convencido" de que Lula é o "plano A do povo brasileiro" e único nome com "condições de ganhar a eleição" e diz que trabalhará para evitar a fratura no campo de centro-esquerda.
Haddad é um plano B do PT para o Planalto em 2018 caso Lula seja impedido pela Justiça de se candidatar. Além dele, figura na lista de apostas o ex-governador da Bahia Jaques Wagner.
Em recente reunião com artistas e intelectuais no Rio, Haddad disse esperar que o ex-presidente dê um "passinho para a esquerda nas próximas eleições".
Lula respondeu, na ocasião: "Se for necessário eu ser de esquerda, sou mais que muita gente. Mas não sou burro. Não sou 'principista'", afirmou Lula, dizendo ainda que "política não se aprende na universidade".