Política

PSD pede cassação de Jean Wyllys por discussão no plenário

O presidente do PSD, Guilherme Campos, protocolou nesta quarta-feira (11) representação que pede a cassação do mandato do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) por um bate-boca entre ele e o deputado João Rodrigues (PSD-SC), ocorrido no dia 28 de outubro, no plenário da Câmara.

A discussão começou quando Rodrigues subiu à tribuna para criticar parlamentares que se opõem à revogação do Estatuto do Desarmamento. No discurso, o deputado de Santa Catarina ironizou a trajetória de Jean Wyllys e chegou a chamá-lo de “escória” do país. Jean Wyllys reagiu, chamando o colega de “fascista” e “ladrão”, e citando vídeo pornô que Rodrigues teria assistido durante uma sessão em maio.

Na representação, protocolada na Mesa Diretora, o PSD alega que o deputado do PSOL quebrou o decoro parlamentar ao “denegrir” o colega. O G1 entrou em contato com a assessoria de Jean Wyllys para saber se ele vai se manifestar sobre a representação, e aguarda resposta.

“Os deputados carregam, pelo próprio cargo, uma responsabilidade institucional que não pode ser pormenorizada e denegrida de forma generalizada. É preciso agora provar quem são os ladrões apontados pelo deputado”, argumentou o presidente do PSD, Guilherme Campos.

A representação está na Mesa Diretora, que deverá despachar para o Conselho de Ética após três sessões ordinárias, conforme o regimento interno. Processo por quebra de decoro pode resultar em absolvição, censura oral ou escrita, suspensão ou cassação do mandato.
Veja o que Wyllys e João Rodrigues disseram um ao outro na discussão em plenário:

João Rodrigues
João Rodrigues mencionou o nome de Jean Wyllys ao discursar em plenário em defesa da revogação do Estatuto do Desarmamento. “Quero comentar algumas afirmações de alguns parlamentares que, ao comentar o Estatuto do Desarmamento, se postam como verdadeiros defensores de bandidos", declarou Rodrigues.

Segundo ele, alguns parlamentares "se equivocam". "Como, por exemplo, o deputado Jean Wyllys, o ex-BBB, que disputou a primeira eleição com 13 mil votos. Chegou a esta Casa com a sua exposição naquele programa extremamente culto, que acrescenta demais na cultura dos brasileiros. Chegou e questionou o comportamento de cada parlamentar, chamando os parlamentares de bandidos”, disse João Rodrigues.

O deputado prosseguiu o discurso criticando posições que Jean Wyllys defende, como a descriminalização das drogas.

“A sua vida pregressa eu não conheço. A sua experiência política eu sei. Tenho sete mandatos, fui três vezes prefeito. E tive a honra de ser o segundo deputado mais votado na história de Santa Catarina. Posso até ser criticado, mas vindo do senhor é elogio. Um parlamentar que defende perdão para drogas, que defende que adolescente pode trocar de sexo, mesmo sem autorização dos pais. Isso não é deputado, é a escória deste país, mas ocupa lugar como deputado”, afirmou.

Jean Wyllys
A fala gerou protestos no plenário, e Jean Wyllys pediu a palavra. No microfone, o deputado do Rio de Janeiro partiu para o ataque e acusou João Rodrigues de ser “ladrão de dinheiro público” e ter atitude “fascista”.

“Ele e todos os fascistas vão ter que me engolir. Sou homossexual assumido, sim, e vocês vão ter que me engolir. Vocês não vão me intimidar”, declarou. Jean Wyllys também citou o fato de João Rodrigues ter sido flagrado, em maio deste ano, assistindo a um vídeo pornô durante a votação da proposta de reforma política. A cena foi divulgada pelo SBT.

“Homens decentes não assistem vídeos pornôs em plena sessão plenária, não são condenados por improbidade administrativa, como o deputado foi. Quem não tem moral para representar o povo brasileiro é ladrão. Qualquer programa de televisão é mais decente que deputado que rouba dinheiro do povo. É mais decente que deputado que usa sessão para ver vídeo pornô”, disse Jean Wyllys.

“Resta saber se seu vídeo pornô era hétero ou não”, disse Wyllys. A fala do deputado do PSOL gerou um princípio de confusão no plenário, já que Rodrigues ficou exaltado. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu “ordem” em plenário e as discussões cessaram.

Fonte: G1

Redação

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