O presidente regional do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, afirmou que o partido deve fechar questão para que os parlamentares votem a favor do pedido de abertura do processo penal contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), no Supremo Tribunal Federal (STF). Valtenir, entretanto, pediu licença de 120 dias e não deverá participar de votação.
“O PSB já tem uma definição clara de rompimento com o governo do presidente Temer. O partido deve informar a bancada a respeito dos encaminhamentos, acredito que a direção nacional deve fechar questão de como a bancada deve se comportar nessa votação”, afirmou o parlamentar.
Valtenir preferiu não arriscar um palpite sobre o resultado da votação. Ele disse acreditar que tudo pode ocorrer até lá e que não é possível afirmar que o presidente conseguirá os votos necessários para barrar a denúncia. Para que a Câmara dos Deputados autorize a abertura do processo penal, serão necessários 342 votos.
“O partido do presidente é um partido forte, tem muitas articulações e vai ser um processo em que tudo pode acontecer. Acredito que essa semana a gente tem uma noção melhor, com um diálogo mais franco de bastidores”, explicou.
Sobre possíveis ‘traições’ dos parlamentares mato-grossenses, Adilton Sachetti e Fábio Garcia, Valtenir disse que serão tratadas pela Executiva Nacional, mas que os parlamentares serão informados do posicionamento do partido em relação à votação. Valtenir disse que é importante que os parlamentares sigam a definição partidária.
“É importante a coerência partidária, seguir uma definição. Se a direção nacional fechar questão, é importante que o parlamentar esteja atento a isto, pois é através da ideologia do partido que os políticos montam a sua plataforma de atuação”, justificou Valtenir Pereira.
Licença polêmica
O deputado, que há alguns dias pertencia aos quadros do PMDB – partido do presidente da república -, migrou para a presidência do PSB e pediu licença do cargo de deputado por 120 dias. Neste período devem ser votadas as denúncias contra Temer.
A atitude gerou questionamentos dentro do próprio partido, como o da deputada federal do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina, também do PSB. “Isso me cheira golpe. É no mínimo estranho. Ele acabou de mudar de partido e quando chega a votação ele sai de licença? Acho que isso deve ser explicado ao partido”.