O PSB convocou para segunda-feira, 16, uma reunião do Diretório Nacional para analisar os processos disciplinares que podem levar à expulsão da líder da bancada na Câmara, Tereza Cristina (MS), do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e dos deputados Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT).
Se o diretório aprovar a expulsão do grupo, o partido resolve de imediato um problema na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que vai votar a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). A cúpula do PSB decidiu fechar questão para votar a favor do prosseguimento da segunda denúncia contra Temer porém, dos quatro votos titulares da sigla na comissão, dois são dos governistas Garcia e Forte.
Os governistas calculam que, dos 66 votos na CCJ, entre 38 e 44 deputados podem votar contra o andamento da denúncia. Esse número varia porque os líderes governistas esperam ganhar mais votos entre os tucanos – em especial da ala paulista – e ainda não sabem se o grupo pró-governo no PSB conseguirá votar no colegiado.
A presidência do PSB já recebeu os pareceres do Conselho de Ética e Fidelidade Partidária que recomendam o desligamento da líder e do ministro do partido. Os processos em análise são oriundos da votação da Reforma Trabalhista no plenário da Câmara, quando 13 deputados desobedeceram à orientação partidária e votaram pela aprovação da proposta.
Entre os 13 votos pró-governo estava o do ministro, que se licenciou do cargo para reassumir o mandato de deputado federal e ajudar o Palácio do Planalto na votação. Do total de processos abertos, a cúpula da legenda decidiu priorizar os casos considerados mais graves. O futuro de Tereza, Coelho, Forte e Garcia no PSB dependerá agora do voto de 107 membros do Diretório Nacional. Os outros nove casos ainda não tiveram a análise concluída pelo conselho.
‘Limite’. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido precisa resolver o quanto antes a permanência da ala governista na sigla após uma sucessão de descumprimento de decisões partidárias. “Chegou no limite essa história desses deputados indisciplinados.”
Para Siqueira, a situação do ministro no partido se tornou insustentável desde que o senador Fernando Bezerra (hoje no PMDB-PE) saiu da legenda e passou a fazer oposição ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, no Estado. “É demais tolerar isso já. A situação dele é insustentável”, afirmou. Segundo Siqueira, o clima dentro do partido é de desligamento dos “rebeldes”, em especial de Tereza e Coelho. Com a saída de Tereza, caberá à bancada decidir se fará uma nova eleição ou se seu primeiro vice-líder, Rodrigo Martins (PI), assumirá as prerrogativas da função até o fim do ano.
PR. Já o PR decidiu mudar um de seus suplentes na CCJ, o que pode prejudicar o governo. O deputado Giovani Cherini (PR-RS), aliado do Planalto, se afastará para tratamento de saúde e será trocado por Alexandre Valle (PR-RJ) que, embora governista, integra o grupo de insatisfeitos com Temer.