Com a proximidade do dia 15 de março – data em que vários movimentos sociais prometem ir às ruas do País para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) –, o debate político invadiu novas esferas, inclusive a virtual.
Desde o início da semana, começaram a pipocar no Waze, popular aplicativo de navegação baseada em GPS, usuários manifestando-se contra e a favor do governo petista enquanto transitam pelas ruas da cidade de São Paulo. Desde quinta-feira (12), o iG vêm recebendo relatos de usuários da plataforma comentando o fenômeno enquanto circulavam nas regiões do Jardins, da Avenida Paulista e do Brooklin, na zona sul da capital paulista.
No Waze, cada usuário cadastrado na plataforma é transformado em ícone, chamado de Mood ou mais popularmente de Wazer, no linguajar do próprio aplicativo. Um dos maiores serviços de trânsito do mundo, o Waze ajuda motoristas a escolherem a melhor rota em tempo real enquanto enfrentam o trânsito das suas cidades. Outros usários aproveitaram para convidar os demais para os protestos de 15 de março. Alguns dos dados encontrados no aplicativo são enviados por entidades locais, mas a grande maioria é proveniente dos próprios usuários, que avisam quando há um acidente em uma via ou estão quando o trânsito intenso, por exemplo.
Tal qual uma rede social, o Waze possui alguns recursos de comunicação entre os usuários. Cada pessoa cadastrada no aplicativo pode, por exemplo, colocar uma frase de saudação, que aparece em uma balão verde e que pode receber comentários de outros usuários. É justamente esse o espaço que está sendo tomando por frases como “Fora Dilma” e “Fora PT”, entre outras expressões comuns entre aqueles que são contrários ao atual governo. O espaço para comentários em eventos como de "trânsito intenso" também viraram palanque, com usuários contrários e favoráveis ao governo se manifestando e defendendo seus colegas de opinião.
Adquirido pelo Google há um ano, o Waze se esforça para preservar o espírito de startup e também para se diferenciar de outras soluções da casa, como o Google Maps. Seu principal diferencial está em ser gratuito e na comunidade de usuários, que são responsáveis por compartilhar informações sobre o tráfego, alertas em vias públicas e de cuidar para que os mapas estejam sempre atualizados.
No mundo, são mais de 50 milhões de usuários ativos e o Brasil desponta como um dos cinco países com maior número de usuários, ao lado de Estados Unidos, México, França e Indonésia. São Paulo é a cidade brasileira com mais pessoas na plataforma: 1,5 milhão. Contato pelo iG sobre o recente fenômeno, o Waze respondeu que "a essência de compartilhar informações é o que faz o nosso mapa ser preciso, rico e consistente. Nós não censuramos nossos usuários, que tem direito a opinião, desde que não seja abusiva ou que coloque alguém em perigo. Em caso de linguagem ou conteúdo inadequado, a mensagem é removida, desde que tenhamos ciência do fato.”
Fonte: iG