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Protesto contra ‘cura gay’, Feliciano e ato médico reúne 4 mil em SP

 
"Nós não somos doentes. Nós não precisamos de tratamento. Nós somos felizes. Quem é doente, quem precisa de tratamento, é o deputado Feliciano", criticou Agripino Magalhães, 32 anos, militante homossexual e um dos organizadores do protesto. 
 
Promovido pelas redes sociais, o protesto teve o apoio de profissionais da saúde que se uniram aos ativistas contra o que chamaram de "ingerência do Poder Legistativo" sobre o setor. Psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e outros profissionais também se mobilizaram para pedir que a presidente Dilma Rousseff (PT) vete o chamado "ato médico", projeto de lei aprovado pelo Senado também na última terça que dá apenas a médicos o poder sobre certos atos que envolvem outras categorias.
 
"É uma ingerência do Legislativo tentar inferir qualquer proposta sobre a nossa profissão. Nós temos que ter autonomia, não cabe à Câmara criar propostas como essa", defendeu o psicólogo Sérgio Garcia, 33 anos, do Movimento Cuidar da Profissão. 
 
"Esse projeto (da 'cura gay') causa impactos sérios sobre a psicologia. Por outro lado, o ato médico traz consequências tanto para os profissionais da saúde e, principalmente, para a população que depende do SUS (Sistema Único de Saúde). É uma proposta absurda que cria uma reserva de mercado para os médicos. Se a Dilma não vetar, a saúde vai parar", completou o acumpunturista Yoichi Takase, 37 anos, ao explicar o porquê da união das duas causas em uma só manifestação. 
 
Passeatas
 
Apesar do apoio mútuo, os manifestantes contrários à "cura gay" e ao ato médico marcharam em duas passeatas. Vestidos de branco e com nariz de palhaço, profissionais da saúde caminharam pela rua da Consolação e avenida Paulista carregando cartazes com a frase "Veta Dilma".  
 
Já os manifestantes LGBT – cerca de 4 mil pessoas, segundo a Guarda Civil Metropolitana – repetiram o trajeto, gritando frases de ordem como "Feliciano sua hora já chegou";  "o povo tá na rua; a gente não tem cura"' e "vem pra rua sem preconceito". 
 
A manifestação ocorreu de forma pacifica e reuniu famílias, como a de Fabiana Pires e Fabiana Oliveira, que levaram a filha Gabriela, de 10 anos, para a passeata. A criança carregava um cartaz escrito: "minhas mães não precisam de cura".
 
"É a primeira vez que ela vem com a gente para uma manifestação. Queríamos que ela soubesse que não é um problema ser diferente. Nós e todos aqui somos felizes", disse Fabiana Oliveira.
 
 
Terra 
 

Redação

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