Em meio ao protesto, um PM do pelotão de cavalaria foi atingido por uma flecha disparada por um indígena. O policial foi atendido pela ambulância do Samu e passa bem, segundo a corporação.Apesar de ter sido flagrado, o índio que disparou a flecha não foi preso, informou a Polícia Militar.Conforme a assessoria da Funai, desde 1988 os índios são responsáveis pelos seus atos e podem ser presos pela PM. A única restrição é com relação à prisão dentro de aldeia, que exige a presença da Polícia Federal, segundo a assessoria.
De acordo com o Conselho Indigenista de Missionários, dois índios também ficaram feridos com bombas de gás lacrimogêneo disparadas pelo Batalhão de Choque.
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública do DF, os policiais militares agiram estritamente dentro do protocolo previsto em casos de manifestações. A pasta disse que o ato foi contido no limite da área de visitação da Taça da Copa do Mundo e que preservou a integridade física dos participantes.Ainda de acordo com a corporação, duas pessoas foram presas durante o tumulto: um homem por desacato à autoridade e outro por dano ao patrimônio.
Alvo dos manifestantes, o Estádio Nacional Mané Garrincha completou um ano no dia 18 de maio. A arena substituiu o antigo Mané Garrincha e vai receber sete partidas do Mundial, entre as quais o jogo entre Brasil e Camarões, no dia 23 de junho.
As obras do estádio, que custaram cerca de R$ 1,2 bilhão aos cofres do governo do Distrito Federal, estão sendo questionadas pelo Tribunal de Contas do DF por suspeitas de superfaturamento.
Marcha e conflito
O protesto contra a Copa em Brasília teve início por volta das 17h, quando integrantes de movimentos sociais se concentraram na Rodoviária do Plano Piloto para criticar os gastos públicos na Copa e reclamar de problemas nas áreas de habitação, saúde e educação.
O ato também reuniu familiares do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo, que desapareceu no dia 27 de maio de 2013, após uma abordagem policial na cidade satélite de Planaltina, e os indígenas, que mais cedo haviam ocupado a marquise do Congresso Nacional.
Após a concentração na Rodoviária do Plano Piloto, os manifestantes saíram em marcha pelo Eixo Monumental, uma das principais vias de Brasília, em direção ao Estádio Nacional Mané Garrincha. De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes aproveitaram madeiras e pedras de restos de obras na Feira da Torre de TV, ponto turístico que fica próximo ao estádio, para tentar agredir os policiais.
Na tentativa de evitar que o grupo se aproximasse da arena, os 900 policiais mobilizados para o protesto passaram a disparar bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
O protesto ocorreu durante dia de visitação pública à Taça da Copa do Mundo, que encerra, em Brasília, um tour pelas cidades-sedes do evento da Fifa. O ex-jogador e tetracampeão mundial Bebeto participou da exposição no estacionamento do Estádio Mané Garrincha.Alegando falta de segurança, a organização do evento fechou o acesso do público assim que os manifestantes começaram a entrar em confronto com a PM.
Responsável pela exposição no estádio, a Coca-Cola lamentou que o protesto tenha impedido que centenas de pessoas conseguissem visitar a taça da Copa do Mundo nesta terça-feira. Por meio de nota oficial, a empresa classificou as manifestações como parte do "processo democrático" e afirmou que a visitação desta quarta (28), que começa às 9h, está mantida.
G1